O preço do minério de ferro atingiu, ontem, o menor valor nos últimos seis anos, desde maio de 2009. O minério com 62% de teor de ferro caiu 3,9%, ficando em 63,30 dólares por tonelada nos portos chineses, segundo o índice internacional do aço, o Steel Index. A queda no valor se deve à combinação de redução do consumo do minério na China, que tem um terço do mercado mundial, e aumento na oferta do produto.
A Vale tem sofrido o efeito direto dessa situação porque a China é o seu maior cliente. Daí a perda de valor das ações da mineradora brasileira, que também foram afetadas pelo corte na sua nota de crédito anunciada no dia 23.
Para compensar a deterioração relativa dos preços do minério de ferro, a Vale decidiu incrementar a produção, batendo seu recorde em novembro. Utiliza-se do teor de hematita do minério de Carajás, que tem na China o destino de 60% da sua produção. Ele é 5% mais puro do que a média do mercado e o melhor que existe.
Como parece que a queda do ferro não é um acontecimento conjuntural, mas uma tendência de pelo menos médio prazo, as jazidas únicas de Carajás estão sendo sacrificadas para manter a posição da Vale no mercado e garantir a rentabilidade para os seus acionistas.
E os paraenses?
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