No próximo dia 10 será lançada em Belém a edição “A Amazônia Hoje: Como Ela Está Mudando e Como Protegê-la” da revista Americas Quarterly. O local será o hotel Radisson Maiorana, uma bandeira internacional fincada num sítio local.
O material de divulgação do encontro o justifica com estas considerações:
“A Amazônia passa por um ponto de inflexão em razão do desmatamento em larga escala. Embora a velocidade do desmatamento tenha diminuído 75% na última década devido aos esforços do Brasil e de outros países, agora é o momento de lançar um objetivo novo que seja ainda mais ambicioso e abaixe o desmatamento líquido a zero. Esse novo objetivo será positivo para o meio ambiente, assim como para a economia e para o setor empresarial, pois conduzirá a região à adoção de um modelo de desenvolvimento mais eficiente”.
Foram convidados para tratar dessa meta audaciosa o governador Simão Jatene, que “abrirá o evento com um discurso sobre o comprometimento do Estado do Pará com o desmatamento zero até 2020”. Em seguida, Beto Veríssimo, pesquisador sênior e cofundador do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia, o Imazon, tratará dos benefícios do desmatamento zero para o meio ambiente e para a economia da Amazônia. Brian Winter, editor-chefe da revista, que tem a sua sede em Nova York, e vice-presidente da Americas Society/Council of the Americas, “irá em seguida moderar uma conversa entre o governador Jatene e Beto Veríssimo”.
Estranhamente, o press-release nada diz sobre a participação de Bruno Valente, procurador da república no Pará.
Isso tudo numa manhã. Não toda, aliás. Mas o suficiente para conseguir o patrocínio do banco multinacional HSBC. O que ganha o banco com o desmatamento zero da Amazônia? O que ganha a Amazônia com o interesse do banco?
Perguntas geradas pela globalização da Amazônia que a Amazônia continua a ignorar.
O banco patrocina a revista (http://www.americasquarterly.org/). Pode ser que ela mesma tenha conseguido esse apoio. Talvez as perguntas devem ser direcionadas à revista, não ao banco.
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A revista fez a sua parte. O banco, a dele. O que os une?
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