Vai na forma de artigo o comentário que José Quadros de Alencar enviou, a propósito de artigo deste blog. Quem aceita o desafio do debate?
Sei que atualmente não é mais algo tão óbvio assim, tantas foram – e são – as traições ao princípio federativo ao longo da nossa história republicana, mas o que (e o como) a União decide fazer na – e contra a – Amazônia, particularmente no – e contra o – Pará, tem sido decorrência e consequência exatamente dessa traição, que via de regra tem apoio de muitos próceres locais, desde muito desinteressados por esse princípio, pelo menos com a sinceridade devida, não raro por pura e simples inciência, mas nunca por ingenuidade, política inclusive.
Há um nexo entre este post e a matéria de capa do último Jornal Pessoal, que trata do direito de secessão, mas não tenho tanta certeza de que essa seja uma percepção geral e generalizada, antes pelo contrário, parece que poucos pensam assim. Compreensível, pois, passados 126 anos do golpe militar que proclamou a república (federativa, remember), o princípio federativo não é de domínio geral e não é senso comum.
Por essas e por tantas outras é que não me surpreenderei se, mais dia, menos dia, novas hidrelétricas surgirem, por exemplo, a montante de Belo Monte, no rio Xingu (neste caso serão apresentadas como exigência óbvia e necessária para a viabilidade econômica e mesmo técnica desse aproveitamento hidrelétrico na Volta Grande do Xingu).
Visitei Belo Monte poucos dias atrás e voltei convicto que isso vai acontecer e novas hidrelétricas virão também no rio Xingu, pregando mais um prego na cruz do colonialismo interno onde o Pará é crucificado cotidianamente (29,25% da energia produzida em Belo Monte irão para São Paulo; 14,56% para Minas Gerais; 13,86% para Bahia e apenas 3,22% ficarão no Pará).
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