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Imprensa, Justiça

Barbosa pagará por sua língua

Poderá sair por 20 mil reais a agressão verbal de Joaquim Barbosa, ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ao jornalista Felipe Recondo. Segundo o entendimento da 4ª câmara cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, foi ofensivo o uso pelo juiz, em março de 2013, da expressão “palhaço” ao repórter da Agência Estado (do jornal O Estado de S, Paulo). Ele foi ainda mandado “chafurdar no lixo”. Recondo ganhou a demanda por 3 votos a 2. Barbosa ainda pode recorrer.

Recondo tentava entrevistar o então presidente do Supremo e do Conselho Nacional de Justiça. Mas nem conseguiu formular a primeira pergunta. Quando iniciava a sua formulação (“Presidente, como o senhor está vendo…”), o ministro reagiu aos gritos, Barbosa, xingando o jornalista.

Logo depois do episódio, a equipe de comunicação do STF divulgou nota oficial com pedidos de desculpas. Alegou que Barbosa respondeu de forma “ríspida” devido ao “cansaço e fortes dores”. Mas ele voltou a atacar Recondo quatro meses depois, se referindo ao repórter como um “personagem menor”.

Mais três meses decorreram e o juiz pediu para que Ricardo Lewandowski considerasse a exoneração de Adriana Leineker Costa de seu gabinete. Ela é mulher do jornalista. “Reputo antiética sua permanência em cargo de comissão junto a gabinete de um dos ministros da Casa, além de constituir situação apta a gerar desequilíbrio na relação entre jornalistas encarregados de cobrir nossa rotina de trabalho”, assinalou Barbosa.

Por tudo isso, a maioria dos integrantes da câmara cível da justiça do Distrito Federal condenou Joaquim Barbosa a pagar a indenização. Talvez assim reflita melhor antes de se deixar levar por seus impulsos descabidos.

Discussão

10 comentários sobre “Barbosa pagará por sua língua

  1. O Jornalista tem a mulher num cargo de confiança dentro do STF e o Barbosa é que está errado? Tenho um amigo meu que namora com a revisora de textos de um dos ministros ( acho até que é o Levandov ), como somos próximos uma ou outra coisa ele comentava antes do resultado final sair, agora imaginem o privilégio que essa mulher tem no tocante as informações

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    Publicado por João Pablo UFPA | 7 de outubro de 2016, 13:24
    • A mulher do jornalista foi admitida em 2000. Portanto, tem uma carreira independente. Se ela não suscitou seu eimpedimento, o ministro teria que provar que ela fornecia informação privilegiada para o marido e não simplesmente apresentar uma alegação que só se lembrou de suscitar depois do incidente, por evidente moptivo retaliatório – que, aliás, não foi acolhido.

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 7 de outubro de 2016, 13:54
  2. Estranha-me o título desse post vindo exatamente de alguém que muitas vezes foi acionado por suas palavras.

    Não estou tratando aqui do mérito de nenhuma questão.

    Pura e simplesmente do título.

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    Publicado por Sou daqui. | 7 de outubro de 2016, 18:51
    • Nunca ofendi ninguém. Nenhum dos fatos dos artigos que pretextaram as ações contra mim foi contestado. Tanto que em cinco ações penais usei a exceção da verdade para provar tudo que escrevi. Provei e ganhei.

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 7 de outubro de 2016, 20:48
      • Reitero e acho que fui bem explicito.

        “Não estou tratando aqui do mérito de nenhuma questão.
        Pura e simplesmente do título.”

        Como tantas vezes gosta de citar, a força da adjetivação, pode levar algum incauto a imaginar vc estar recomendando uma auto-censura.
        Que também faço questão de registrar, não é o caso.

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        Publicado por Sou daqui. | 7 de outubro de 2016, 21:29
      • E eu continuo a sustentar que o título é adequado ao que fez o Barbosa e não me coloca em contradição. Elefendeu deliberadamente o jornalista, por duas vezes, no exercício de sua prepotência às vezes descontrolada, e arrematou com a perseguição à mulher dele, sem apresentar qualquer indício de que ela pudesse estar fornecendo ao marido informação privilegiada. Mesmo porque o repórter sequer chegou a completar a primeira pergunta para que se pudesse inferir o uso de alguma informação repassada pela mulher.

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        Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 8 de outubro de 2016, 08:38
  3. Barbosa sempre se excedeu. Ser figura pública requer tolerância e equilíbrio, mesmo que seja na aparência. Nitidamente o Barbosa ultrapassou seus limites.

    Ele é controverso mesmo, igual as opiniões de alguns setores sobre ele. Ele era um bandido para os petistas porque, segundo eles, o Barbosa enviou alguns líderes do partido para a prisão. Segundo os petistas, a culpa nunca foi provada. Quando um jornal de Miami disse que o Barbosa tinha comprado um apartamento na cidade sem pagar impostos, os petistas, nos seus blogs e redes sociais, caíram matando o ex-ministro, usando a notícia como evidência de que o Barbosa não era tão santo quanto parecia. Mais recentemente, o demônio Barbosa foi transformado em santo pelos mesmos petistas porque ele se manifestou contra o impedimento. Eu simplesmente nao entendo mais nada: de santo a demônio em poucos dias.

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    Publicado por José Silva | 8 de outubro de 2016, 09:24
    • Ele é controverso. A ser respeitado como técnico em matéria jurídica e intelectual, sujeito, porém, a rompantes de intolerância, autoritarismo e falta e grandeza. Vai do certo ao absurdo. Mas marcou época como ministro e presidente do STF. O que escreve tem coerência, solidez e erudição.

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 8 de outubro de 2016, 11:06
  4. Condenado porque é NEGRO e é um negro competente e critico, inclusive de seus pares na alta corte . Que autoridade branca do judiciário brasileiro foi condenada por seus “impulsos descabidos” ?

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    Publicado por Marly Silva | 8 de outubro de 2016, 15:29
    • Aqui no blog, várias. Como o Lewandowski (meu colega no curso de sociologia em São Paulo) no STF e o então presidente do STJ, Ari Pargendler, que demitiu um estagiário do tribunal porque ele não aceitou que o superior passasse à sua frente no caixa eletrônico. Critiquei o ato pessoal de Barbosa, sem deixar de ressaltar suas qualidades como profissional do poder judiciário. Sem qualquer referência à cor.

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 8 de outubro de 2016, 16:33

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