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Cidades, Política

O varejo de sempre

O prefeito reeleito Zenaldo Coutinho disse que vai continuar as obras iniciadas durante o seu primeiro mandato. Seu principal aliado, o governador Simão Jatene, também do PSDB, atribuiu a vitória de Zenaldo à execução de obras “estruturantes” (ah, o léxico!).

 

Do cruzamento das duas declarações resultam duas perguntas. A primeira: quais foram as obras novas que o prefeito tucano realizou nestes últimos quatro anos, a completar no fim do ano? A segunda: quais são as tais obras estruturantes?

 

A principal delas, porque a mais citada na campanha eleitoral, seria o BRT, obra de pé quebrado que Duciomar Costa iniciou na metade dos seus oito anos. A meta anunciada por Zenaldo para continuar o que já fez é construir 55 quilômetros de pista para o ônibus rápido passar. Sua produção até agora não foi além de quatro quilômetros. Ou seja: nos próximos quatro anos ele precisará construir 12 vezes mais.

 

A outra obra estruturante é a continuação da macrodrenagem das baixadas, que Jader Barbalho deu partida no seu segundo mandato e Almir Gabriel concretizou na maior das bacias de Belém, a do Uma, sem arrematar o serviço. Duciomar e Zenaldo arranham a Estrada Nova.

 

O novo/velho prefeito promete ir também ao Tucunduba, igualmente arranhado por Edmilson Rodrigues, que ciscou em alguns bairros e obras, como na Vila da Barca, deixando coisas inconclusas, outras mal acabadas e várias inviáveis.

 

O mais é um ou outro serviço de assistência, uma ou outra obra acessória, e, no apanhado geral, nada que reestruture a economia de uma cidade de desemprego, subemprego e informalidade, violenta, mal servida e cada vez mais distante do interior do Estado que devia comandar. Na conta de chegada, muita retórica e pouca iniciativa “estruturante”.

 

Sem abrir frentes mais fecundas de atividade produtiva e sem encontrar uma nova vocação para a cidade, a prefeitura é tão carente que mal consegue investir, dando-se por satisfeita de manter a folha de pessoal em dia. O clientelismo de sempre, a falta de perspectiva que não muda. O futuro aguarda com más notícias a Santa Maria de Belém do Grão-Pará de 400 anos.

Discussão

6 comentários sobre “O varejo de sempre

  1. E alguém esperava um pronunciamento diferente do atual prefeito, que, ao longo dos seus quatro anos de mandato, nada fez e limitou-se apenas a mentir e iludir a população de Belém com a promessa de obras “estruturantes” que nunca existiram ou nunca saíram do papel? Pobre destino para Belém!!!

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    Publicado por mvpsantos | 31 de outubro de 2016, 10:51
  2. Pois é..sabíamos disso com bastante antecedência. Nenhum dos dos candidatos tinha a mínima capacidade de avançar qualquer grande visão para Belém. São politicos tradicionais, com visão estreita, curta e focalizados em obras ao invés de estarem focalizados na resolução dos graves problemas sociais que assolam a cidade. Mais quatro anos perdidos. Já estamos acostumados!

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    Publicado por Jose Silva | 31 de outubro de 2016, 11:23
  3. Acho que até o final do mandato, Zenaldo consegue concluir sua grande obra estruturante, qual seja, a reforma da praça da República que comecou há quase um ano e ainda nao terminou, se bem que a gente passa por lá e já não vê mais operários trabalhando.

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    Publicado por Hernani Filho | 31 de outubro de 2016, 14:42
  4. Lúcio , permita-me corrigi-lo ( e a tantos outros jornalistas …)
    As eleições municipais elegem prefeitos/as de municípios . No caso em questão, o município de Belém – e não a cidade de Belém . Município que , se não me falha a memória , tem apenas 36% de área continental , sendo o restante do território constituído de dezenas de ilhas que cercam a capital do município . O erro de tanto repetido virou uma verdade no jornalismo paraense .
    A correção não se deve apenas a uma questão meramente formal , mas sobretudo ao fato de que as ilhas tem as suas peculiaridades e exigem , por exemplo, infra-estrutura especial como a esquecida questão do transporte fluvial – especialmente na conexão capital -ilhas – ; a habitação ribeirinha – que envolve uma arquitetura própria , a questão fundiária e produtiva , inclusive com os seus circuitos de comercialização com a capital , o que foi abalado nas suas bases portuárias com o projeto de macro-drenagem da bacia da estrada nova .

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    Publicado por Marly Silva | 31 de outubro de 2016, 17:16
    • A cidade de Belém é citada em meio a outras referências ao município apenas por uma questão de linguagem. Tanto se sabe que ela é formada por muitas ilhas também que aqui, há muitos anos, se defende o transporte fluvial intra e extra cidade, com o uso de veículos mais leves e potentes, como o hovercraft, que poderia se estender a Abaetetuba e Barcarena.

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 31 de outubro de 2016, 19:22
  5. Muito triste

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    Publicado por Simone Pereira | 31 de outubro de 2016, 19:15

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