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Imprensa, Política

BR-316: quem é o pai?

O Liberal de hoje reproduziu quase na íntegra a matéria distribuída pela agência de notícias do governo sobre o ato de cessão ao Estado dos 16 quilômetros iniciais da BR-316, entre Belém e Marituba, o terrível gargalo de entrada e acesso à capital paraense. Mas o jornal dos Maioranas fez dois cortes.

O primeiro corte foi do nome do ministro da Integração Nacional, que também assinou o ato oficial, no Palácio do Planalto, ontem, em Brasília. Helder Barbalho foi citado na matéria da Agência Pará e apareceu meteoricamente no vídeo por ela produzido. Foi omitido da fotografia.

Para O Liberal, o ministro não participou da solenidade, Por isso sequer uma foto do acontecimento foi publicada, nem para dar passagem ao governador Simão Jatene, citado rapidamente pelo Diário do Pará, dos Barbalhos, que manteve o governador na foto destacada sobre o encontro, comandado pelo presidente Michel Temer.

Foi excesso incontrolado contra o ministro e o seu pai, Jader Barbalho, que também esteve presente? Ou o jornal dos Maioranas decidiu dar nova estocada no governador? Jatene não fez qualquer carga contra pai e filho, seus opositores. Em entrevista à própria agência estadual apenas se referiu à demora na transferência da administração desse trecho da rodovia federal, que vai permitir obras viárias no valor de 500 milhões de reais.

Por isso, não endossou a versão de O Liberal, de que os Barbalhos tudo fizeram, ao longo de um ano, para impedir a estadualização da BR-316, não se importando com a repercussão negativa sobre mais de dois milhões de pessoas da região metropolitana de Belém, apenas para prejudicar o PSDB. O comportamento de Jatene seria mais um indício de que uma aliança entre PSDB e PMDB não seria de todo impossível, como de vez em quando sugere o Repórter 70, principal coluna de O Liberal.

A exclusão resvalou sobre os políticos que compareceram à solenidade, também com nomes omitidos, à exceção do senador Flexa Ribeiro (na notícia) e do deputado federal Wladimir Costa (no conjunto de notas do Repórter 70).

Por causa desse furioso terçar de armas entre os dois grupos de comunicação, que colocaram definitivamente seus interesses comerciais e políticos acima da sua missão de informar a opinião pública, os leitores que consultarem os dois jornais ficarão sem saber qual é a verdade: Helder sabotou a estadualização ou foi quem a tornou possível? Aliás, é o estado em que ficam depois de lerem O Liberal e o Diário.

Discussão

14 comentários sobre “BR-316: quem é o pai?

  1. Como o Barbalinho está a pouco tempo nessa função ministerial, ele acabou fazendo muita coisa: destravou o processo em Brasilia. Esses processos são realmente complicados por causa da burocracia estatal. Se a coisa era tão importante para o Pará, então porque o processo não foi destravado antes? Das duas uma: ou não era prioridade para a união? Ou a bancada paraense é mesmo muito fraca e incapaz de destravar alguma coisa de interesse do Estado junto aos ministérios em Brasília?

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    Publicado por Jose Silva | 10 de novembro de 2016, 17:25
  2. Melhor assim, essa briga acaba por entregar as desfeitas desses péssimos políticos, péssimos veículos de comunicação e péssimas pessoas. Que sirva de freio pra esses corruptos o medo de estampar o jornal do desafeto. Pra nós, graças a você, estamos bem informados.

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    Publicado por dudiga | 10 de novembro de 2016, 17:41
  3. De uma coisa sabemos: a briga pela paternidade será um dos temas das eleições paraenses de 2018.

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    Publicado por Jonathan | 10 de novembro de 2016, 19:25
  4. Lamentavelmente os grandes meios de comunicação do Pará tem essas posturas de boicotar os desafetos, privando o leitor de informações 100% confiáveis. Felizmente os grandes perdedores de credibilidade são os “donos da mídia” e não os leitores.

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    Publicado por Valdenir Barbosa | 10 de novembro de 2016, 20:12

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