Os colunáveis, parentes e amigos dos órgãos da grande imprensa paraense têm o privilégio da proteção desses veículos: quando alguma notícia os contraria, a matéria é omitida ou manipulada para corresponder aos seus interesses. A exclusão da informação incômoda é total quando se trata de fato criminal. O povão é utilizado como mercadoria de comércio todos os dias quando mata ou morre. O barão permanece oculto.
Essa prática não foi adotada em relação ao episódio que envolveu Hélio Gueiros Neto. Os dois maiores concorrentes do mercado anunciaram imediatamente o indiciamento como criminoso e o pedido de prisão preventiva apresentado pelo delegado de homicídios da polícia civil contra o neto do ex-governador Hélio Gueiros e filho do ex-vice-governador Hélio Gueiros Júnior.
Seria porque o nome Gueiros atrai “– desafortunadamente – a cobiça e inveja de muitos”, como escreveu Helinho, ao aprovar a atitude do filho, de fazer o registro da morte da esposa na delegacia de polícia mais próxima, como providência acautelatória de possível desdobramento negativo, como acabaria acontecendo?
A farta difusão na internet da versão de que a morte de Renata Cardim não se deu por causa natural, conforme a constatação inicial, mas porque o marido a assassinara, confirmaria o vaticínio de Gueiros Júnior. Mas por que o rompimento da regra da ormetà (do silêncio) foi rompida tanto por O Liberal quanto pelo Diário do Pará, que davam guarida aos interesses dos Gueiros?
Hélio Gueiros era amigo íntimo e de longo curso de Romulo Maiorana, o fundador do império de comunicação. Mas, ao romper com ele para apoiar a candidatura de Jader Barbalho a governador em 1982 (contra os apadrinhados da “casa”, Jarbas Passarinho e Oziel Carneiro), Hélio disse coisas terríveis contra Romulo e sua família.
Houve a reconciliação, necessária para fortalecer a candidatura de Gueiros à sucessão de Jader) e o ex-governador morreu como aliado, ma non troppo, como Romulo gostava de escrever na coluna Repórter 70. A decisão de noticiar o infortúnio dos Gueiros parece ter sido a oportunidade de os Maioranas ajustarem as contas, sem precisarem assumir a atitude hostil que alguns integrantes da corporação defendiam para revidar os ataques pessoais feitos por Hélio Gueiros.
O Diário do Pará também aproveitou para acertar o passivo que permaneceu camuflado pela reconciliação. Em 1990, no governo, apoiando a candidatura de Sahid Xerfan contra Jader, Hélio Gueiros acusou seu ex-amigo e ex-correligionário de ladrão, com todas as letras, dando munição abundante para O Liberal usar contra os Barbalhos.
O acordo político enterrou os efeitos da mais agressiva das campanhas eleitorais na volta à democracia. Mas parece que agora prevaleceu o velho ditado popular: vingança é prato que se come frio.
Muito triste. Até parece o interior do sertão na época do cangaço e dos coronéis, onde o ódio era transferido de geração em geração. Espero que este não seja o comportamento tradicional da maioria da nossa população em suas disputas diárias para sobreviver a um estado caótico. Se for, estamos mesmo perdidos..
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Lúcio,
Apenas aproveitando último post para contato:
Um item que nunca vi por aqui é acerca da Arborização de Belém.
Trago isso por que essa semana a Celpa junto com a Prefeitura fizeram uma “raspa” no pouco que tem de arborização na Gentil, entre outras vias.
Isso é um item prático que poder-se-ia cobrar da prefeitura do zenada.
Sem delongas ideológicas ou qualquer outra coisa, pois o Sol da Mangueirosa esquenta e queima todo mundo, seja vermelho, amarelo ou cor de açaí.
Antes de qualquer perda de tempo, arborização parte primeiro que tudo de “plantar árvores” e também não dizimar as que existem, tudo vem depois.
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