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Economia

O gigante ameaçado

O IBGE divulgou hoje os resultados da Pesquisa Nacional de Amostras. Algumas são óbvias, tristes e assustadoras: de 2014 para 2015 cresceu muito o número de brasileiros desocupados e desabou a renda do brasileiros. Sucedem-se números positivos e negativos, que traduzem uma realidade complexa de um país de dimensão continental, com mais de 200 milhões de habitantes.

Uma resenha do principal, a partir de levantamento que um amigo enviou.

População brasileira mais velha

O Brasil terminou 2015 com 204,9 milhões de pessoas, 0,8% acima do valor de 2014 e 11,7% quando comparado com 2004.

Deste total, 51,5% eram mulheres.

25,4% da população tinha entre 40 e 59 anos e 23,1% estava na faixa dos 25 aos 39 anos.

Os gráficos mostram que vem diminuindo a quantidade de brasileiros mais jovens

Exemplo disse é a queda no número de pessoas em todas as faixas analisadas até os 24 anos.

Em contrapartida, cresce o número de cidadãos mais velho, nas faixas entre 40 e 59 anos e com 60 anos ou mais, por exemplo.

Na questão da cor ou raça dos brasileiros, 8,9% disseram ser pretos e 45,1% são pardos.

Aumentou tanto os que falaram ser pretos quanto os pardos.

Em 2011, 8,2% se diziam pretos e 43% falaram que eram pardos.

Como consequência é a queda dos brancos: de 47,8% em 2011 para 45,2% em 2015.

Queda das taxas de analfabetismo

A taxa de analfabetismo entre os brasileiros com 15 ou mais vem caindo ano após ano.

Em 2015 era de 8%. Estava em 8,3% em 2014 e em 11,5% em 2004.

No Nordeste a taxa é a maior do país: 16,2%. E no Sul a menor: 4,1%.

O ponto positivo é que a taxa vem caindo sistematicamente em todas as regiões do país.

A maior taxa de analfabetismo incide sobre os mais velhos – mesmo com os índices caindo todos os anos.

Nos brasileiros com 60 anos ou mais, 22,3% são analfabetos – contra os 23,1% de 2014, por exemplo.

Entre os que têm 40 e 59 anos, 8,5% são analfabetos.

Nos mais novos, entre 15 e 19 anos, apenas 0,8% são analfabetos.

Crescem os anos de estudo

Em 2015, a média do brasileiro era de 7,8%, numa escala que cresce desde 2004.

O Sudeste é a região com a maior média de anos – 8,5 – e, no outro lado, está o Nordeste, com a menor média – 6,7.

Dentre os sexos, as mulheres estudam mais que os homens: média de 8 anos para elas e 7,6 anos para eles.

As taxas de escolarização crescem

O maior crescimento ocorreu nos menores, com 4 ou 5 anos.

Em 2006, a taxa era de 67,5%. Em 2015, chegou em 84,3%.

Ou seja: os brasileiros mais jovens estão indo mais para a escola e cada vez mais estão escolarizados.

Nos estudantes entre 6 e 14 anos, o crescimento é mais linear e constante: 96,9% em 2006 para 98,6%.

Aqui, a escolarização já é quase universal – não haveria muito para onde crescer.

Nos jovens mais velhos, entre 15 e 17 anos, precisamos ficar mais atentos.

A taxa cresce, mas o índice de 2015 é menor do que o de 2009, por exemplo: 85% contra 85,2%, respectivamente.

Talvez pela evasão escolar, falta de interesse nos estudos ou, principalmente, necessidade de se trabalhar por causa da crise econômica.

O que vem caindo, ano após ano, é a quantidade de brasileiros atendidos pela rede pública de ensino.

Caiu de 79,3% em 2007 para 75,9% em 2015.

Essa redução ocorreu em todas as regiões.

A mais brusca acontece no Nordeste: de 83% em 2007 para 77,8% em 2015.

Maior preocupação com a educação e crescimento da renda podem explicar esse fenômeno.

Cresce assustadoramente o número de desocupados

58,6% dos brasileiros estão ocupados.

São 94,8 milhões de pessoas, 3,9% menos do que a quantidade de pessoas ocupadas em 2014.

O que chama a atenção é o avanço no número de pessoas desocupadas: crescimento de 38,1% de 2014 para 2015.

Eram 10 milhões de brasileiros em 2015 contra 7,3 milhões em 2014.

No Nordeste, o número de brasileiros ocupados caiu 5,4%, a maior queda entre todas as regiões do país.

A menor queda aconteceu no Centro-Oeste: recuo de 2,3%.

Há mais gente trabalhando na atividade agrícola do que na industrial.

46,4% ou 44 milhões estão na área de serviços.

Outros 18,2% trabalham no comércio e reparação.

Há 13,9% na atividade Agrícola e 12,5% na Indústria.

Temos ainda 9% na construção.

Merece atenção a variação negativa de empregos em todos os setores entre 2014 e 2015.

A maior queda aconteceu na indústria: recuo de 8%.

O número de pessoas empregadas no setor agrícola caiu 6,1%.

A menor queda foi nos serviços, 1,5%.

No geral, houve uma queda de 3,9% no número de pessoas ocupadas nas atividades econômicas do país.

38,8% dos brasileiros eram empregados com carteira assinada.

Isso representa 36,8 milhões de cidadãos.

Temos ainda 13,3 milhões de empregados sem carteira, 14% do total.

Interessante: os 23% de brasileiros e brasileiras que trabalham por conta própria. São 21,8 milhões de pessoas.

O trabalho infantil ainda é uma realidade, mas sua presença vem caindo sistematicamente.

A quantidade de cidadãos entre 5 e 17 anos que trabalhavam caiu 19,8% de 2014 para 2015.

O Brasil terminou 2015 com 2,6 milhões de jovens ocupados.

Houve quedas em todas as regiões, mas a maior aconteceu no Nordeste: recuo de significativos 31,1%.

Queda histórica da renda

Houve uma quebra histórica no crescimento da renda do brasileiro de 2014 para 2015.

Até 2014, vinha crescendo o rendimento médio mensal domiciliar, das casas particulares permanentes com rendimento – nome dado pelo IBGE.

Era R$ 2.565 em 2004 e chegou em R$ 3.443 em 2014.

Foi ai que a renda desabou 7,5% e voltou para R$ 3.186, valor menor do que o de 2012, por exemplo.

As casas dos brasileiros

Os bens duráveis na casa dos brasileiros.

98,8% das casas têm fogão. Ou 67,2 milhões de lares.

97,8% tinham geladeira. Isso representa 66,6 milhões de domicílios.

97,1% ou 66,1 milhões de lares tinham um aparelho de TV.

Houve um crescimento de 5,7% nas casas com máquina de lavar – o maior crescimento.

Eram 41,6 milhões de casas com máquina de lavar, 61,1% dos lares.

O número que caiu foi o rádio, recuo de 2,5%.

Mesmo assim, 69,2% das casas têm o aparelho.

45,8% das casas têm carros – crescimento de 2,6% – e 21,2% têm motos – ê avanço de 1,6%.

Acesso aos serviços

99,7% das casas têm iluminação elétrica, a mesma quantidade de 2014.

89,8% dos lares têm coleta de lixo, também o mesmo índice de 2014.

85,4% dos domicílios brasileiros têm acesso ao abastecimento de água.

O que cresceu foi o acesso à coleta de esgoto: de 63,5% em 2014 para 65,3% em 2015.

Telefonia

Houve uma pequena queda nas casas com telefone fixo: de 93,5% em 2014 para 93,3% em 2015.

Por outro lado, cresceu – crescimento constante – a quantidade de casas com apenas celular.

Em 2014 eram 56,3% por domicílios. Chegou em 58% em 2015.

O país terminou 2015 com 78,3% da população com 10 anos ou mais tendo celular para uso pessoal.

O Centro-Oeste é a região com a maior quantidade de pessoas com celular: 86,9%.

Pequena queda no número de nordestinos com celular: de 69,9% em 2014 para 69,6% em 2015.

E a outra queda no número de cidadãos com celular do Norte: de 69,4% para 68,6%.

Continua a cair o  uso do microcomputador e o computador com acesso à internet

A partir de 2013, começou a cair o número de casas com microcomputador.

Naquele ano eram 48,9% dos lares com a máquina. Agora, em 2015, foram 46,2%.

Junto a isso, caiu também o número de domicílios com computador com acesso à internet.

De 42,4% em 2013 para 40,5% em 2015.

Os brasileiros estão usando a internet cada vez mais

Em 2015, 57,5% dos cidadãos e cidadãs tinha usado a internet nos últimos três meses.

Este valor é mais de 20% a quantidade de 2008, por exemplo.

Em todas as regiões vem crescendo a quantidade de brasileiros conectados.

O menor crescimento foi no Norte: de 45,2% para 46,2%.

A região com mais pessoas conectadas é o Sudeste: 65,1% do total.

E o Nordeste é o que tem menos: 45,1%.

Quanto mais jovem, mais se está conectado.

Os brasileiros entre 18 e 19 anos, 82,9% utilizam a internet.

Entre os cidadãos que tem acima dos 50 anos, 27,8% estão conectados.

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