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Economia

Meio trilhão de déficit

Para os que estão certos de que 2017 vai ser de recuperação, com a volta do crescimento da economia, acrescento um cálculo que complementa a matéria anterior. Nos últimos 12 meses, completados no mês passado, o déficit primário (sem incluir juros), é de 156,8 bilhões de reais, equivalente a 2,50% do PIB.

Já os juros nominais somaram, nesse mesmo período, R$424,6 bilhões (6,78% do PIB). Incluindo os juros, o déficit nominal salta para mais de meio trilhão de reais, ou, exatamente, R$581,4 bilhões (9,28% do PIB).

Mesmo que Michel Temer seja o pior presidente do mundo no momento, superar Dilma Rousseff ele não consegue. À incompetência dela se deve creditar grande parte desse péssimo resultado.

Discussão

21 comentários sobre “Meio trilhão de déficit

  1. Michel Temer é pior por tudo que ele representa em relação à história da república brasileira. Além disso, ele foi vice de Dilma, já participava dos equívocos na chapa oficial do governo petista. Ele não é e nem nunca foi uma alternativa à incompetência de Dilma, mas foi sim durante os últimos anos a sua base pública e política.

    Abraços,

    Paloma

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    Publicado por Paloma Franca Amorim | 27 de dezembro de 2016, 18:31
    • Ele deu suporte político a Dilma, na terrível aliança PMDB/PT. Mas a Dilma é que decidia tudo. Seu governo é obra inteiramente dela. Afastou a todos, de Lula ao contínuo. Comparo-a a Geisel no período da ditadura: o gênio equivocado (ou o equívoco de gênio). O Temer é uma impropriedade.

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 27 de dezembro de 2016, 18:41
      • Isso é verdade. No final das contas o autoritarismo da Dilma apenas escondia a sua falta de capacidade de ouvir, debater e aprender com os outros. Talvez seja por isso que ela nunca conseguiu concluir os seus cursos de pós-graduação. Como pessoa, ela era um verdadeiro purgante.

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        Publicado por José Silva | 27 de dezembro de 2016, 18:47
    • Não! Quem representa o pior em relação à história de República brasileira é Dilma Rousseff (e seu PT). A monumental crise por que passamos nada mais é que o efeito da incompetência dilmista/petista na condução do país. Seu argumento é de uma falácia inominável, argumento de defesa de criminoso confesso totalmente distorcido da realidade, dissimulação, fuga do tema. Temer certamente não é nem nunca foi alternativa ao pior governo de todos os tempos. Sequer alternativa se pode dizer, pois no caso não havia (a não ser que alternativa fosse manter a incompetente). Ele apenas foi alçado pelas circunstâncias legais. Foi vice e apoiou Dilma do PT, mas era o sucessor legal ao cargo. Até quando vocês vão insistir na falácia do golpe? Pior não seria manter a incompetente? Isso não é coisa de paixão ideológica para se passar por cima da verdade nua e crua de quem deu causa à própria crise. Pior não seria manter a mesma política econômica do desastre iminente? Minha cara, caia na real, isso estava claro que ia acontecer. E os resultados de uma política econômica equivocada, em países com a economia do tamanho da do Brasil, deixam seu rastro de estragos ao longo de muito tempo; e talvez será muito difícil ver de novo condições favoráveis para as reformas que o PT teve condições de fazer mas não fez (porque queria apenas o poder – muito mais que Temer). Por fim, o que o Lúcio quis dizer é de cristalina compreensão: mesmo que Temer quisesse, ainda assim não conseguiria superar a incompetência da sua Dilma do PT. Fato. Nas condições atuais não é possível sequer se superar a incompetência do ‘poste’, talvez nem que governasse cem anos com esse intento. O estrago foi grande demais. Faça o mesmo na sua casa e sinta os resultados em algum tempo (se não for “funcionária pública” garantida por nós pagadores de impostos). Simples assim.

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      Publicado por Paul Nan Bond | 27 de dezembro de 2016, 21:36
      • A vida política (felizmente e infelizmente) não se resume à dinâmica da economia. Trata-se de um sistema complexo que envolve Estado, cultura, midia, sociedade, ética etc. De outro modo, seria bastante simples dizer que esse ou aquele governo é bom ou ruim. O que me interessa aqui é o debate dialético, é a detecção das contradições e aprendizado a partir delas. Só assim o espírito crítico dentro de nossa cultura política é capaz de se ampliar.

        Nesse sentido, tomo a liberdade de opinar (não falaciosamente como você diz, mas sim assumidamente me orientando por um viés ideológico) e dizer que eu JAMAIS confiaria em um político que toma iniciativas subreptícias para chegar ao poder, isso vale tanto para o Temer quanto para os conchavos do PT.

        Para mim Temer representa um dos piores aspectos de nossa reumática democracia brasileira: o patriarcado decadente, o coronelismo no poder, a manutenção de privilégios elitistas e um despreparo frente à política dos movimentos sociais. Ele pode ate salvar nossa economia, mas poderá salvar-se dessa ausência de integridade?

        Abraços.

        Paloma

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        Publicado por Paloma Franca Amorim | 27 de dezembro de 2016, 22:02
      • Tudo isso se expressa para mim a partir de uma cena corriqueira, traduzida banalmente, mas ilustrativa: não se pode fazer omelete sem quebrar os ovos. Uma vez quebrados os ovos, porém, o mestre cuca (ainda mais quando se considera mestre, como Dilma e Temer, este em menor escala, mas com seu passado de jurista considerado) saberá mesmo fazer o omelete. Ou deixará os ovos quebrados na frigideira e a cozinha bagunçada, como Dilma deixou?
        Nem seu criador acreditava mais nela. É verdade que Lula colocou Dilma no seu lugar como Geisel fez com Figueiredo, no ocaso da ditadura. Imaginava que o presidente viria consultá-lo sempre, respeitando sua condição de eminência parda. Dilma ia a Lula como aprendiz de feiticeira. Mas quando se achou feiticeira, ouvia e não seguia. Mais do que isso: começou a comer os lulistas pela borda, sem a sofisticação de um político profissional e a grandeza de um estadista. Mas, sempre, como aquela aprendiz que não consegue sequer concluir um curso.
        Ela sabia que o acerto tácito era devolver o poder a quem a transformara de poste em presidente da república. Mas o poder inebria. Mesmo sem condições própria,. sem as qualidades necessárias, ela aplicou um 18 de Brumário em Lula e, à custa da dilapidação dos cofres públicos para atender aos empresários amigos, aos correligionários e aos custos milionários da sua campanha, ela contrariou o mestre, foi para a reeleição e conseguiu vencer no 2º turno por 1,3% a mais do que Aécio, líder mambembe de uma frente de tucanos que jamais se beijam (mas se bicam).
        O pagamento da conta da reeleição assustou ao próprio Lula. Todos se uniram contra Dilma. Os crimes de responsabilidade podiam ter sido atenuados e compostos. Mas ninguém mais a queria, exceto os cortesãos. Por mil e um motivos essa frente venceu e se desfez, resultando nessa algaravia que se vê, onde o que de melhor se pode desejar é que a eleição direta seja antecipada para nos livrarmos desse nó político (autenticamente Górdio), que nenhum político atual tem condições de desatar. Para que quem trabalha, é honesto, tem competência e possui alguma identidade com a nação possa reconstruí-la da maior devastação que ela já sofreu em todo período republicano da sua história.

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        Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 28 de dezembro de 2016, 08:42
      • Antes de tudo, grato pela oportunidade.
        A pior contradição, cara Paloma, é defender tudo isso empobrecendo a população. Vida política, cultura, mídia, sociedade, ética, eu, você e até o Jornal Pessoal e o Lúcio, tudo empobrece, ora, com o “processo de empobrecimento”, com perdão pela redundância. Certamente a vida política não se restringe à questão econômica. Mas não há como negar que esta corre como sangue nas veias daquela. O problema, minha cara, é que você está mirando o alvo errado, direcionando seu argumento para um efeito colateral, deixando o principal sem ataque, ou seja, nas suas manifestações por aqui sempre deixa de atacar o que de pior tivemos na política desde sempre, mas que piorou nos 13 anos do PT no poder. Foi todo esse sistema complexo de que você fala (e com toda razão deve ser apoiado), mas gestado de forma equivocada, que deu causa a esse hecatombe político-econômico, comprometendo todo o resto, especialmente as ações do Estado em prol da população mais pobre que você diz defender.
        Como bem você assume, sua orientação tem viés ideológico, viés de crença de que aquilo que você achar ser o correto só poderá ser alcançado com aquilo que você achar ser o correto, pois parece querer negar a realidade, e não muda de ideia diante de um argumento mais sólido, diante do mundo real. E não há dialética na crença, ela se encerra em si. Porque você cega para todo o resto, para todas as manifestações populares, para o Congresso Nacional, para o MP Federal e STF, para o desemprego, para a falência dos serviços públicos, para a catástrofe fiscal, enfim, cega para todas as evidências ao sugerir que foram exclusivamente supostas iniciativas sub-reptícias de Temer que o levaram ao poder, parecendo sem entender o sentido de “sub-reptício”. Temer nunca teve esse poder todo, minha cara Paloma. E se tem hoje, foi o PT quem deu, de mão beijada pela incompetência.
        Os piores aspectos da nossa democracia, minha cara, foram exatamente as contradições de um governo que bradava por democracia, mas se aliou ao coronelismo decadente e promoveu privilégios elitistas, mandando às favas todo o resto em prol de um projeto de poder. Não me importo que Temer não se salve da ausência de integridade, pois de sua retidão nunca se teve notoriedade, muito menos quando se aliou ao PT. Mas me importo que se alguém tem de fazer alguma coisa, esse alguém é ele, não temos alternativa, até que as vias democráticas ofereçam uma outra saída. Temer é o preço que temos de pagar pela falta de integridade de seus aliados passados.

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        Publicado por Paul Nan Bond | 28 de dezembro de 2016, 01:57
      • Um mistério ajuda a explicar a situação. O BNDES acaba de devolver 100 BILHÕES de reais ao tesouro nacional. Ficou pendente uma dívida de R$ 430 BILHÕES. Este é o valor da monstruosa dívida pública global, acrescida dos juros. É 10% do PIB nacional. Foi dinheiro que saiu do caixa do governo federal para que o BNDES financiasse, a juros negativos, as empresas dos amigos do rei.Isto, no curtíssimo período de cinco anos – todos do PT. O que resultou dessa espantosa linha de crédito? A indústria vive crise maior do que os demais setores econômicos. As exportações vivem de commodities. O desemprego é recorde. A quebradeira, geral. Mas os muito ricos ficaram ainda mais ricos, em boa parte graças à dilapidação do tesouro.
        O mistério: quase todas as empresas beneficiadas pelo BNDES (a partir de um ganho financeiro fantástico – para elas, é claro) estão fazendo delação premiada com o MPF, avalizadas pelo STF. Só a Odebrecht vai fazer a maior devolução do gênero no mundo: mais de R$ 7 bilhões (mais de 2 bilhões de dólares). E parece que ninguém no poder, incluindo os oposicionistas, está sabendo disso.
        Por quê?

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        Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 28 de dezembro de 2016, 09:04
      • Pessoas,
        Não tenho dúvidas quanto aos equívocos do governo Dilma e nem em relação a minha posição diante da atuação do PT nas últimas décadas. A política de conciliação de classes desdobrada durante esse período, na minha opinião, é indefensável e envenenou todos os quadros de transformação social possíveis. Eu tenho crítica ao Partido dos Trabalhadores, não suporto o personalismo burguês do Lula e de seus marketeiros. Apenas estou tentando pautar um ponto de vista crítico à sinificaoa de Michel Temer no atual momento como uma figura que vai implementar resoluções à crise estabelecida no governo Dilma. Ora, ele também é a crise. Se foi exilado do governo isso também diz respeito à sua atuação como vice-presidente, ou ele pode ser considerado um joguete do governo Dilma? Isso não seria um atestado de mediocridade e irresponsabilidade política?
        Temer está tão enlameado quanto a Dilma. Minha crítica vai nesse sentido. Agora ele está no poder, mesmo sendo um efeito colateral do governo petista, é ele quem precisa sim ser questionado.
        ABS,
        Paloma

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        Publicado por Paloma Franca Amorim | 28 de dezembro de 2016, 13:51
      • Não, Paloma. Mais uma vez você erra o alvo. Temer não está tão elameado quanto Dilma. Contra ele pairam apenas suspeitas por fazer parte da engrenagem. Nada se tem de concreto contra ele capaz de compará-lo à Dilma. Já ela, toda lama não é só por suspeitas, mas sim por evidências, pelo cargo, pela condição, pela clareza com que os fatos se apresentam dia a dia como causadores da crise, pelos resultado de seu (des)governo. Ela foi a maior responsável, e nem que Jesus Cristo ressuscitasse para governar o Brasil ele conseguiria atenuar os efeitos da catástrofe que foi como herdeira de uma política de coronéis. A gente ataca ou critica as pessoas quando há provas, ou um mínimo de evidências. Por isso eu gosto do Lúcio. Ele só “ataca” quando já se formou um mínimo de certeza do que vai dizer, mas um mínimo consistente, pautado na realidade. Mas você já está no caminho certo quando já admite os erros do PT.

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        Publicado por Paul Nan Bond | 28 de dezembro de 2016, 18:26
      • Aí é que você se engana, meu caro Bond. Não errei o alvo porque meus alvos são as ideias e não as pessoas.
        Além disso, não estou admitindo nenhum erro do PT porque nunca também fiz o contrário dizendo que havia acertos.
        De todo modo, agradeço seus comentários.
        ABS
        Paloma

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        Publicado por Paloma Franca Amorim | 28 de dezembro de 2016, 19:18
      • PT e PMDB são irmãos siameses. Eles trocaram uma avaliada na condenação da Dilma pelo apoio as propostas do Temer no Congresso. Nesse jogo não há gente limpa. Creio que a Lava-Jato vai mostrar que a coligação agia sim de forma bem organizada e com uma clara divisão de lotes. Sobrará para todos, ainda bem!

        De modo geral, o Temer até que tentou salvar a Dilma e a coligação propondo uma agenda de desenvolvimento logo depois da eleição, mas ela se recusou a fazer qualquer mudança de rumo e resolveu continuar com o seu plano suicida, imaginando, talvez, que o Lula a salvaria. Deu no que deu!

        Ninguém que está em Brasilia hoje (tanto no Legislativo como no Executivo) tem legitimidade e integridade para estar lá, pois já foram reprovados pela população. A solução seria eleições gerais amplas e irrestritas, tal como o LFP propos antes do impedimento da Presidenta, mas creio que, a esta altura do campeonato, o “timing”para esse “recall” do resultado da eleição foi perdido. Temos que conviver com a bagunça até 2018.

        Recentemente o dicionário Oxford reconheceu um novo termo: pós-verdade, que significa “as circunstâncias pela pelas quais fatos objetivos são menos influentes na formação da opinião pública que apelos a emoção ou crenças pessoais”. A Dilma foi eleita mentindo e distorcendo os fatos. Agora estamos na pós-verdade após o encanto ter sido quebrado. Os ingleses já estão passando por essa fase após o Brexit e os americanos passarão em breve com o Trump. Qual dos três paises se sairá melhor? Será que em algum deles a população terá senso crítico o suficiente para votar com base em fatos e informações concretas? Façam as suas apostas!

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        Publicado por Jose Silva | 29 de dezembro de 2016, 01:17
      • Excelente esse jogo proposto pelo José. Quem participa?

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        Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 29 de dezembro de 2016, 08:26
  2. Haveria alguma similaridade entre o que ocorreu ao ex-governador Carlos Santos e a ex-presidente Dilma, no que tange seus tutores?

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    Publicado por Luiz Mário de Melo e Silva | 27 de dezembro de 2016, 18:36
  3. Pela industria da corrupção que a “chapa quente” tem ajudado em descrever é possível perceber os pintos novos e os galos velhos. Estes, porém, donos dos terreiros.

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    Publicado por Luiz Mário de Melo e Silva | 28 de dezembro de 2016, 09:21
  4. Lúcio,

    Tudo já foi dito.

    Mas não me sai o ranço que vc deixa sempre quando tratamos desses situações, como se a culpa fosse da Dilma pura e simples.

    Vc “confessa” quando diz… ” Afastou a todos, de Lula ao contínuo”….

    Não.
    A responsabilidade dessa desgraça toda tem uma estrutura muito maior.

    Ela está amparada no tripé: Ideologia tacanha, Incompetência Administrativa/Gerencial, Corrupção e ladroagem.

    E ninguém mais representa e fomentou isso que o próprio Lula.

    Que, como digo sempre não é de Direita, nem de Esquerda, nem de centro, nem de nada, é sim um grande farsante interessado apenas na sua condição individual.

    Em tempo:
    1- Comparar Geisel a Dilma é forçar a barra.

    2- Posso até estar enganado, mas vc quase bradou “volta Lula”.

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    Publicado por Sou daqui. | 28 de dezembro de 2016, 10:00
    • Você está ouvindo o que nunca disse: volta, Lula. Basta ler o que já escrevi a respeito.
      As principais decisões de Geisel foram desastradas. Como a de investir pesado em distribuição e refino de petróleo e deixar de lado a pesquisa e a exploração justamente quando do segundo choque do petróleo. E sustentar um estatismo à direita que foie o embrião do estatismo à esquerda de Lula e Dilma. Lula, aliás, sempre foi só elogios a Geisel. O general tinha exação, mas quanta roubalheira à sombra dos seus protegidos, como Humberto Esmeraldo Barreto e Shigeaki Ueki?

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 28 de dezembro de 2016, 10:14
      • 1- Que bom então que apenas achei que ouvi, sem ter ouvido.

        2- De fato decisões podem ter efeitos desastrados e roubalheiras também não foram inventadas pelos “companheiros”.

        Mas para quem veio justamente dizendo não “roubá” nem deixar “roubá”, a herança não podia ser pior.

        E a comparação que entendo descabida, refere-se principalmente a questão pessoal de cada um deles.

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        Publicado por Sou daqui. | 28 de dezembro de 2016, 11:03

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