Aniversário liberal
(Artigo publicado no Jornal Pessoal 248, de dezembro de 2000)
Romulo Maiorana Júnior, presidente em exercício das Organizações Romulo Maiorana, assinou o editorial da edição comemorativa dos 54 anos do mais antigo dos veículo de comunicação do grupo e o de maior circulação no norte do país, no último dia 15. Prometeu “fazer da verdade o elemento essencial” da linha editorial de O Liberal. É um bom compromisso para o presente e o futuro. Mas não é um acervo de que o jornal disponha. Não tem sido essa a fé do seu ofício.
Se realmente estivesse comprometido com a verdade, O Liberal seria um jornal pluralista, não manteria um índex de nomes, nem despejaria das suas páginas os temas considerados indesejáveis, que afetam seus interesses comerciais e irritam seus dirigentes, embora digam respeito a toda a coletividade. Só assim o jornal seria mais atento aos compromissos com a opinião pública, sem renunciar à função pedagógica que lhe cabe.
Mas tais observações não estão entre as preocupações dos responsáveis pela publicação. No editorial que assinou, sem o apuro de estilo do ghost-writer de outros anos, mas com a inefável fotografia de sempre, o executivo (presidente interino assumido na primeira página, mas ainda ausente do expediente do jornal na página seguinte) garante que O Liberal mantém o “firme propósito de fazer sempre o melhor, atendendo às expectativas de nossos milhares de leitores e sem perder a humildade que só os verdadeiramente grandes e vencedores podem ter”.
Diz o ditado popular que elogio em boca própria é vitupério. Não importa: como não é dado a essas superficialidades, Romulo Júnior canta o parabéns, bate palmas, apaga a vela, reparte o bolo, leva a melhor parte e fica com o presente. Nem Dorian Gray
Pobre rapaz. Deve ter uma vida sofrida, pois é incapaz de realizar os seus sonhos: ser aclamado como político e igualar as qualidades empresariais do pai.
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Tende ser a representação o discurso dos bons-moços, filhos da tradicional família brasileira, educados nos bons costumes, gerador da cultura da corrupção.
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