O governador Simão Jatene assinou um artigo na edição de ontem de O Liberal para atacar a família Barbalho com acusações e expressões agressivas. Hoje, o Diário do Pará publicou sua “resposta a um governador desgovernado”. Um acusa o outro de agir por desespero, ambos na iminência de verem suas carreiras e pretensões políticas frustradas por decisões da justiça, onde s’ao r[eus.
O Pará já teve polêmicas melhores e causas mais nobres. Se realmente escreveu o que o jornal da família Maiorana acolheu, então é melhor Jatene procurar um professor de português. Porque escreve muito mal. Se a obra é de um assessor, melhor dispensá-lo. É incompetente.
Apesar das palavras duras que usa, como ao chamar os adversários de canalhas, o governador não dá nome aos bois. Contraditoriamente, diz que distingue a família Barbalho de “alguns de seus membros”, nos quais centrou seu ataque, mas em nenhum momento cita os dois nomes que alveja: o senador Jader Barbalho e seu filho, o ministro Helder Barbalho.
Falar de Jader não lustra o currículo de Simão Robison Jatene. Ele foi secretário de planejamento ao longo de todos os quatro anos (1983/87) do primeiro mandato de Jader como governador do Pará. Nesse período estouraram alguns escândalos, resultantes do uso ou do desvio de recursos públicos, o mais famoso dos quais o “escândalo do Aurá”, mas Jatene permaneceu quedo e mudo. Não disse uma única palavra.
Quando Jader assumiu os ministérios da reforma agrária e da previdência social na administração Sarney, Jatene o acompanhou como secretário-geral. Continuou rouco de tanto ouvir, como seu guia e padrinho a partir de 1988, Almir Gabriel, que acompanhou na fundação do PSDB.
Jatene só começou um tatibitate anti-Jader em 1994, em função da candidatura de Almir ao governo do Estado.
Nada, porém, que impedisse a consumação de alianças eleitorais convenientes e oportunistas, até que Jatene se entregou completamente aos interesses da sua parceria com o grupo Liberal.
No seu artigo de ontem, ele fustiga as “fortunas mal explicadas e impérios construídos sobre pântanos” dos Barbalhos. Jatene teve a possibilidade de denunciar esse capítulo nebuloso e cabuloso da biografia do líder do PSDB no Pará. Jader se tornou dono da RBA em 1989, logo depois da morte do fundador da emissora, o empresário Jair Bernardino, em acidente de aviação.
Diz-se que a transação custou 13 milhões de dólares da época. Na verdade, custou muito pouco. Jader assumiu a dívida da televisão, que era grande com a Receita Federal e, sobretudo, com a previdência social. Sopa no mel: Jader era, naquele momento, justamente ministro da previdência social – e Jatene era o seu fiel secretário-geral.
As acusações contra Jader e seu modo se enriquecer misteriosamente no usufruto de cargos públicos é antiga e se renova pelo silêncio do acusado a respeito. O mutismo é estratégico, mas sobre ele incide o ditado popular de que quem cala, consente.
Ao contrário do que proclama no seu texto errático, porém, Jatene não é o outro lado da política, da ética e da moral – a servir de contraste com os malfeitos dos Barbalhos, de todos conhecidos.
Não é a banda sadia no saco de laranjas nem o trigo perdido no meio do joio. É político do mesmo tipo, um tipo de político, com toda sua fauna acompanhante, familiar ou de turma, que tem feito muito mal a este sofrido Pará.
Com seus atos e com tristes e pobres polêmicas como a que resultou do artigo de ontem do governador, respondido por um editorial de hoje do líder do império mal explicado da família Barbalho.
É , Lucio , o teu quase silêncio em relação às denúncias da Lava Jato contra o Helder Barbalho , já era um indicativo que reagirias assim as críticas aos Barbalhos , especialmente o Jader .
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Antes de criticar, dê-se a um trabalho preliminar: verificar se há fundamento na sua crítica. Se voltar às postagens mais antigas, encontrará muitas sobre Helder Barbalho e a Lava-Jato, incluindo o pai, Jader. Fui eu que sustentei o desmascaramento da tese do senador de que só viu uma vez o lobista Jorge Luz, preso sob a acusação de intermediar propina da Odebrecht para políticos do PMDB. Com crítica tão dura quanto mentirosa, não se identifica aquela bruxa da história infantil, a malévola?
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Não, aí é maldade demais, Lúcio, se ele tiver que ler tudo que se refira aos Barbalho. Mas, é castigo merecido.
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Você fala o que ninguém enxerga: como esperar que Jatene, um produto do próprio Jáder, seja o paladino da ética e da honestidade? A resposta está nos quase 12 anos de (des)governo do economista. Infelizmente, o Pará não consegue se libertar dessa polaridade que redunda em dois pólos iguais.
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Não esqueça do PT aliado fiel do Jáder. Fioi assim que a Ana Júlia se elegeu e quebrou a sequência tucana. Se a CBF não tivesse passado a perna no Lula, a Ana teria conseguido a releição. Ela não foi reeleita porque perdeu a copa para Manaus. Simples assim..
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Você corrobora para o que eu falei. Não há outras opções além desses dois grupos. Lembre também que Ana Júlia tentou virar as costas para o Jader depois e pagou caro por isso. O senador retirou o apoio a ela em 2010 e apoiou o Jatene, ainda que veladamente (ou não tão veladamente).
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Jonathan,
No mundo democrático é a sociedade quem cria as opções…Ficar passiva esperando um redentor não parece ser uma boa alternativa. A não ser, naturalmente, para quem gosta de uma ditadura!
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Não discordo disso.
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Mas eu não discordo disso.
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Alguém pensou numa CERPA geladíssima?!
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Mas essa empresa não é orgulho do Pará?
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A Cerpa tem o gosto do governo Jatene: amargo e horrível.
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A verdade, verdadeira, é que o senhor não fez uma postagem decente sobre o inquérito aberto a mando do ministro Edson Fachin, do STF, para apurar o pagamento de uma propina de R$ 1,5 milhão da Odebrecht Ambiental para a campanha de Helder Barbalho ao governo do Pará em 2014. Como repórter, o senhor sequer checou se houve de fato a reunião num hotel de São Paulo de Helder, Paulo Rocha e João Salame com Mario Amaro da Silveira, da Odebrecht, quando Helder teria solicitado R$ 30 milhões. A contra-partida seria a privatização da Cosanpa se Helder tivesse sido eleito. Colocar Simão Jatene no mesmo saco de farinha de Jader Barbalho é dar razão ao velho Hélio Gueiros.
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Paulo Rocha, Helder e Salame. Trio para deixar qualquer um de cabelo em pé!
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Qual é “a razão do velho Hélio Gueiros”?
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Mais ainda do governador?
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