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Polícia

Menos grito, mais trabalho

A mais importante e mais grave notícia do dia não se originou nas manifestações de protesto realizadas hoje em todo país contra as reformas trabalhista e da previdência social. Foi o crescimento do desemprego no Brasil, medido pelos órgãos oficiais.

A fila dos excluídos da economia chegou a 14,2 milhões de cidadãos, taxa de 13,7%. A uma média simples de três dependentes per capita, seriam quase 50 milhões de pessoas (um quarto de toda população) atiradas à rua da amargura. É o maior volume de desempregados da história nacional.

A combinação dos dois fatores devia produzir um resultado explosivo: drenar para os protestos coletivos o combustível do desemprego, numa mistura de raiva, indignação e revolta. Mas as manifestações ficaram aquém do que seus organizadores esperavam. Talvez não tenham os resultados pretendidos: de sustar a tramitação e a aprovação das duas iniciativas do governo Michel Temer.

Quem sabe essa frustração se deva a que a reação é a componentes de futuro da condição trabalhista: pensão, aposentadoria, regulação jurídica da relação entre o capital e o trabalho – e do que o brasileiro mais precise neste momento é ter onde trabalhar para conseguir seu sustento e o dos seus dependentes.

O efeito mais evidente das manifestações de hoje foi impedir que cidadãos com emprego ativo chegassem aos seus locais de trabalho. O empenho demonstrado é comovente. Só os dogmáticos e fanáticos não conseguirão perceber o esforço de milhões de homens e mulheres comuns de chegar de qualquer maneira ao ponto da realização dos seus compromissos e tarefas cotidianos.

Impedidos de seguir, eles se expõem a ter o ponto cortado, a não obter os ganhos extras que só o exercício dos seus cargos permite ou deixar de realizar alguma tarefa que deveria ter sido cumprida ontem. A conjunção dos dramas pessoais com os seus efeitos coletivos resulta em um dia de déficit numa economia que precisa trabalhar cada vez mais para encontrar, pela via de criação de riquezas através do trabalho, a solução mais positiva e saudável para a crise brasileira.

Se a já complicada luta pela sobrevivência não estivesse delimitada, sujeita ou condicionada por esse monstro chamado disputa política pelo poder, busca da hegemonia e exploração do patrimônio público, seria menos difícil encontrar uma maneira de conduzir o país para longe do precipício do qual se avizinha. Mas até a racionalidade na busca por respostas está sendo bloqueada por pressupostos políticos ou ideológicos.

Se as manifestações de hoje fossem concebidas e programadas considerando a situação real do país, os manifestantes podiam se concentrar em pontos estratégicos da cidade, preparar o ambiente adequado para um enorme comício, selecionando pessoas capazes de orientar os participantes do ato para tomar as decisões mais bem informados.

Produziriam melhor impacto político do que bloqueando ruas, estradas, pontos de embarque e equivalentes, cujo resultado é parar as cidades, interromper a circulação, impedir as pessoas de cumprir suas obrigações. Aquele que deveria ser o destinatário da iniciativa se torna o maior prejudicado por ela.

A principal restrição à reforma da previdência social tem um tamanho homérico. Enquanto o governo se alarma por sangrias no erário de dezenas de bilhões de reais para cobrir o déficit previdenciário crescente, que vai exaurir o caixa nos próximos anos, os críticos dizem que se a receita destinada à previdência não fosse desviada para outros fins, o saldo atual seria de R$ 28 bilhões.

Logo, a reforma proposta para estancar a hemorragia e tirar o governo de um déficit fiscal crônico, voragem que tritura a riqueza nacional, é balela, conversa para boi dormir, mistificação. Há a questão real do envelhecimento acelerado da população brasileira, que conspira contra o equilíbrio nas contas de dever e haver da previdência, mas o governo Temer é ilegítimo – sustentam os que o negam.

Por que não deixar momentaneamente de lado essa questão jurídico-política, sem esquecê-la jamais, e partir para uma discussão técnica mais ampla? O legislativo poderia até contratar, através de projeto de lei e concorrência pública, uma auditagem internacional independente para definir em números os impasses elementares dessa polêmica.

A definição legitimidade viria em seguida. Os petistas podem ter razão de colocar acima de tudo o afastamento de Temer da presidência e a preservação de Lula para 2018. Mas eles não podem impedir que se propaguem os dados sobre os governos, os do PT, que mais desviaram recursos de fundos de pensão, do tesouro nacional e de outras fontes com outra serventia para criar bilionários e multinacionais brasileiras, resultando no maior esquema de corrupção já revelado em toda história, daqui e de qualquer outro lugar do planeta.

Como as mais recentes manifestações públicas, pró ou contra, a de hoje seguiu-lhes a tendência declinante, apesar de convocada por todas as centrais sindicais, um olho no cliente e outro na preservação desse nojento imposto sindical, inspiração fascista, travestida de democrática, para atrelar ao Estado a direção sindical.

Se faltou gente nos atos de protesto de hoje para que a voz das ruas soasse soberana e impressionante, restou um murmúrio uníssono nos pontos de ônibus, nas estações de trem, nas ruas desertas. O povo brasileiro quer trabalhar. Só pelo trabalho o país irá se recuperar. E o que mais falta a cada dia é ele: o trabalho.

Discussão

46 comentários sobre “Menos grito, mais trabalho

  1. Esta greve geral é uma resposta dos conservadores brasileiros.

    Querem conservar tudo o que está ai agora: desemprego, regras trabalhistas antigas que beneficiam pouco os trabalhadores, o PT & PMDB com suas corrupções, os sindicalistas ricos sustentados por trabalhadores pobres, e outras coisitas mais. A fauna a ser conservada é enorme e diversificada.

    Não me espanta por que o Brasil não sai desse buraco. A quantidade de gente que vive parasitando o sistema (e por isso conservadoras) é fenomenal.

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    Publicado por Jose Silva | 28 de abril de 2017, 15:14
  2. Perfeito, Lúcio! Parabéns pelo artigo!

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    Publicado por Marilene Pantoja | 28 de abril de 2017, 15:41
  3. Capitão Pedro Bala

    – ” A greve se soltou na cidade. é uma coisa bonita a greve, é a mais bonitas das aventuras”.

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    Publicado por lisboaharold | 28 de abril de 2017, 15:44
  4. Capitão Pedro Bala

    ” Que coisa porreta a greve! Nunca vi coisa tão bonita. É como uma festa. A greve é a festa dos pobres ! “

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    Publicado por lisboaharold | 28 de abril de 2017, 15:45
  5. Mais trabalho prá sustentar também mordomias de deputados, senadores, ministros e afins, DAS das prefeituras e dos Estados, enfim, toda uma máquina pesada que há muito tempo consome muito dinheiro. Esse imposto sindical já foi tarde também.
    Agora, definir essa manifestação como obra de sindicatos apenas é porque não estava lá participando. Só achei que aqui se perdeu uma grande oportunidade de fomentar uma manifestação direta contra o prefeito e o governador da província do Estado do Pará.

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    Publicado por Nilson | 28 de abril de 2017, 16:41
  6. Sociologia da reeleição é isso.

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    Publicado por Luiz Mário | 28 de abril de 2017, 18:02
  7. Menos trabalho, mais justiça social.
    Na rua há muitos setores, não apenas as lideranças sindicais e os núcleos atrelados ao PT.

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    Publicado por Paloma Franca Amorim | 28 de abril de 2017, 18:40
    • A colocação mais sensata até aqui…

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      Publicado por Antônio Silva | 28 de abril de 2017, 18:54
      • A principal injustiça social é a falta de trabalho. Perguntem aos milhões de desempregados. Não seria mais coerente neste momento trabalhar mais para recuperar o país, que está praticamente falido por causa de nossas próprias decisões?

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        Publicado por José Silva | 28 de abril de 2017, 20:17
    • Não nego nem omito. Apenas destaquei a convocação das centrais sindicais, agora tantas e, como tantas, pela primeira vez agindo em comum. O PT foi o acréscimo por ter sido o único partido a fazer a convocação pelos meios convencionais. Pode acrescentar outros, Paloma.

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 28 de abril de 2017, 20:25
    • Menos trabalho = menos exploração, ou seja, mais respeito ao trabalhador e garantia de seus direitos.

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      Publicado por Paloma Franca Amorim | 28 de abril de 2017, 21:10
      • Bem, ninguém é obrigado a trabalhar se sente explorado. Felizmente, estamos em uma democracia. A pessoa pode fazer o que quiser da vida, inclusive não trabalhar e viver do governo (como fazem milhões de brasileiros) ou trabalhar por conta própria para gerar o seu próprio sustento, tal como fazem outros milhões de brasileiros. Felizmente as condições sub-humanas de trabalho da época da revolução industrial já passou e o trabalho escravo já foi abolido no Brasil.

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        Publicado por José Silva | 29 de abril de 2017, 08:34
  8. Núcleo impulsor dá marcha das mulheres negras/ Uneafro/ núcleo de consciência negra/ movimento secundarista/ MTST/ Luta Popular (movimento de luta por moradia)/ frente única de cultura/ frente LGBTT/ movimento dos atingidos pelas barragens/ mães de maio/ anistia internacional/ movimento passe livre/ movimento torturada nunca mais/ frente periférica de arte e cultura/ bloco de cursinhos populares (não lembro o nome de todos)…

    Esses são os que me lembro agora.
    Em SP, depois posso procurar saber os movimentos no Pará. Mas com certeza foram para a rua frentes análogas às citadas.

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    Publicado por Paloma Franca Amorim | 28 de abril de 2017, 21:07
    • Espero que você tenha entendido quem é o verdadeiro LFP, finalmente.
      Pelos seus comentários parece que você é de esquerda. Por isso nunca entendi essa bajulação recíproca.

      Esse cara está se tornando o Paulo Francis paraense.

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      Publicado por Proletário | 29 de abril de 2017, 14:41
      • Eu não havia entendido quem é o verdadeiro Lúcio Flávio exatamente por quê?
        Porque somos amigos e VOCÊ não vê sentido nisso? Não vê sentido em termos opiniões divergentes e, ainda assim, tentarmos estabelecer uma relação de afeto e respeito?
        Ora, as pessoas de direita, os liberais, aqueles que me ofendem nesse canal também não vêem sentido no que você chama de “bajulação recíproca” (e que pra mim são gestos desinteressados de carinho e reconhecimento.) Você seria como eles? Nesse ponto de intolerância a direita e a esquerda se encontram e se abraçam?
        Entre esquerda e direita eu continuo sendo bem mulher e bem preta então, me desculpe, não é você quem vai me dizer se eu entendi quem é ou quem não é Lúcio Flávio. Eu tenho senso critico, autonomia e coração para distinguir homens de homens.

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        Publicado por Paloma Franca Amorim | 29 de abril de 2017, 15:02
      • Você me dispensou de responder a mais uma provocação primária, Paloma. Muito obrigado.
        Volto a insistir: prefiro divergir de uma pessoa que me acrescenta, como você, a quem admiro pelo que é e faz, do que estar de acordo com quem repete clichês e mesmices, repetindo frases dogmáticas, que não se abrem à demonstração.

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        Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 29 de abril de 2017, 15:10
  9. Lúcio, as reformas, do jeito que está, não dá. Está bem claro que a reforma trabalhista abre espaço para o abuso por parte dos patrões e, quanto à da previdência, trabalhar por 49 anos é inadmissível. Tu falaste sobre o rombo que atinge a previdência, mas será que não pode existir uma alternativa que não seja tão austera? E quanto ao fim do seguro-desemprego, previsto na reforma trabalhista?

    Ah, é necessário deixar claro algumas coisas para que adjetivações não sejam dirigidas a mim: não sou petista, eu acho que os governos do PT foram péssimos, não gosto de protesto fecha-rua, e não sou militante de esquerda nem de central sindical.

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    Publicado por Rafael | 28 de abril de 2017, 21:30
  10. alguém, que não lembro, já falou do dia que o redator foi descansar e o gandula toma conta. Embora no seu caso isso não possível, não há o gandula, mas a sensação é a mesma. É característica das pessoas humildes se esforçar ao máximo possível para cumprir os seus compromissos por que , digamos, um deputado que já tem garantido R$ 33 mil no final mês, fora outros milhões no paralelo, estaria preocupado com barreira que impediria ele de ir ao seu ¨compromisso¨? Convenhamos!! é fato que , por exemplo, cada funcionário que não compareceu na Ford deixou de ganhar R$ 30, enquanto, só de lucro líquido a empresa pode ter perdido uns R$ 30 milhões. De fato, um empresário aparece nas rede sociais chorando por ter perdido uns R$ 25 mi\dia de lucro quando não há como toda folha de salário dele do mês todo, tirando os ¨salário¨ que usa a empresa, se for o caso, para pagar ¨salários¨ aos familiares e amigos, nunca passou disso. Ou seja, diante de um ¨trabalho¨ esccravisado como o nosso que rende nada ao trabalhador, é até vergonhoso qualquer esforço para ir, embora todo argumento fica apenas coerente com que defendem que muitos negros fizeram questão de nadar da África até aqui só para ser escravizado em troca de prato de angu por dia

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    Publicado por assim falou Golbery | 29 de abril de 2017, 01:33
    • Teorias – certas ou erradas – à parte, a sobrevivência é um desafio diário. Ganhando bem ou mal, a esmagadora maioria dos brasileiros – e dos seres humanos em geral – só consegue obter a sua sobrevivência pelo trabalho. Pode ser uma forma de alienação, como observou Marx, e tem sido. Mas é o fator de produção que têm os explorados – e também sua possível forma de libertação. Se a sua tese fosse de grande valia prática, a resposta do trabalhador, cada vez mais explorado, seria aderir em massa à manifestação de ontem e dela partir para a revolução. Mas os tempos mudam. E já mudavam quando Marx passou a dedicar atenção à mais valia relativa.
      Daí que outros componentes se desenvolveram desde a época do capitalismo concorrencial, impedindo que a justeza – em tese – da sua proposição se tornasse, mais do que aferidor da realidade, um detonador da utopia.
      O gandula, penhorado, agradece. Não sei se o Golbery caberia na sua lembrança. Como escrevia mal o general!

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 29 de abril de 2017, 05:42
  11. Qual é a forma de alienação como observou Marx, Lúcio? O trabalho oferecendo meios para uma vida confortável ao trabalhador, a ponto de afastá-lo da massa de manobra revolucionária? A liberdade, meu caro, vem pelo trabalho. O homem bem empregado é um homem feliz, um bom consumidor, tem uma família feliz. Não existe alternativa. Apostaria minha vida que grande parte de teus leitores “felizes” vivem de renda pública, direta ou indireta, sem grandes preocupações em ganhar o olho da rua. Ah, a estabilidade… Fazem parte do mesmo sistema que nos oprime.

    Trabalhador explorado, Lúcio? Por quem? Pelo governo? Pelos sindicatos? Pelo empregador que lhe dá emprego? Que trabalhador? Só o mais pobre? Não restrinja tanto o vernáculo para expor sua paixão pelo marxismo, à qual a realidade já pouco importa.

    Realmente, Lúcio, a tese, mais poética que prática da obra do seu Marx não tem mais nenhuma valia (nem nunca teve), vem sendo contrariada pelos fatos nos quatro cantos do mundo, ideologia há mais de um século jogando milhões de seres humanos na vala da indigência, por obra de uma fé inexplicável numa utopia assassina. Não entendo como segues nessa toada fabiana disfarçada. Medo de contrariar a companheirada e acabar isolado, ofendido por essa gente que só sabe se impor pela truculência, jamais por argumentos de valor? Mas sabemos o quanto é difícil tirar uma religião da cabeça do ser humano; seria preciso de algo para colocar no lugar para aplacar essa epilepsia do lobo temporal. O marxismo cabe bem…

    Partir para a revolução hoje em dia, Lúcio? Perdoe este seu admirador, mas você parece ter lido e adorado Marx mais como obra poética que de verdade entender o marxismo (e a partir da Escola de Frankfurt). A revolução, meu caro, está em pleno andamento, a revolução cultural, aquela fabiana que apoias, de dentro para fora do sistema, com “pensadores” invertendo tudo para nos destruir aos poucos, a exemplo do vergonhoso “menos trabalho, mais justiça social” acima. Será que existirá ainda alguma estupidez tão colossal quanto essa dita de forma tão pública e desavergonhada? É “mais trabalho, mais justiça social”, meu caro.

    Causa realmente espanto o baixíssimo nível a que chegamos. Uma vergonha. Perdeste valiosa oportunidade histórica de, nesse teu prestigiado espaço, repudiar os atos totalitários desta sexta, contraditar comentários absurdos e conscientizar melhor o teu leitor.

    Paul se despede. Grande abraço.

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    Publicado por Paul Nan Bond | 29 de abril de 2017, 07:36
    • Mas o senhor me adora mesmo. Quanta fixação.
      Se minhas opiniões são vergonhosas, eu me retiro sem dor alguma.
      Abraços

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      Publicado por Paloma Franca Amorim | 29 de abril de 2017, 11:22
      • Paloma,

        Suas opiniões são valiosas. Não se retire. Quanto mais diveregência e discussão melhor. Quem não gosta de debater são apenas os que gostam do totalitarismo, tanto de direita como de esquerda.

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        Publicado por Jose Silva | 29 de abril de 2017, 11:51
  12. “Um espectro nos espreita. Não é o velho fantasma do comunismo ou do fascismo. É um novo
    espectro: uma sociedade mecanizada dedicada à máxima da produção e consumo materiais.

    Como seres humanos não temos outras metas senão produzir e
    consumir cada vez mais.

    Como aconteceu isso? De que maneira o homem no auge da sua vitória sobre a natureza torna-se
    prisioneiro de sua própria criação e corre o sério perigo de se destruir?”

    A respeito do assunto em debate, seria oportuno ler (ou reler) “A Revolução da Esperança”, de Erich Fromm.

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    Publicado por Antônio Silva | 29 de abril de 2017, 08:49
    • Antônio,

      Não necessariamente. Basta ver os nórdicos, que souberam conciliar atividade econômica baseada no conhecimento com justiça social e qualidade de vida. Para chegar lá, entretanto, eles tiveram que percorrer um longo caminho, trabalhando duro, inovando e, principalmente, eliminando da política gente que não presta. Quando vamos iniciar a nossa caminhada?

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      Publicado por Jose Silva | 29 de abril de 2017, 11:48
      • Bem, na Dinamarca a maior parte da população ativa é servidor público, e os inativos possuem aposentadorias dignas.

        É que admiramos a vida dos países nórdicos, mas não a conhecemos e costumamos criticar quando feito aqui, aquilo que eles fazem lá há muito tempo.

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        Publicado por Antônio Silva | 29 de abril de 2017, 12:14
      • Antonio,

        Você tem razão de que os paises nórdicos possuem uma porcentagem maior de funcionarios públicos. Por exemplo, Dinamarca tem 35% da população ativa como funcionário público. O Brasil tem 12%.

        Entretanto, na Dinamarca, o funcionario publico não tem estabilidade e pode ser demitido por falta de produtividade ou se o orçamento da instituição não aguenta mais. O funcionalismo público lá funciona como uma empresa aqui. No Brasil não temos isso. Se o governo errar na contratação, a sociedade pagará os custos pelos próximos 40-50 anos.

        Além disso, grande parte do funcionalismo público lá está geralmente na escala municipal (71%) colocando a mão na massa. No Brasil, a distribuicao é 42% municipal, 35% estadual e 23% federal. Ou seja, tem muita gente fazendo trabalho intermediário sem muito valor para a população.

        Por fim, os dinamarqueses pagam muito mais imposto do que nós e eles tem orgulho de pagar imposto, enquanto no Brasil todo mundo tenta fugir dos impostos. Lá a economia é baseada em serviços e produtos complexos, enquanto aqui ainda vivemos de extrativismo.

        Em resumo: queremos benefícios dinamarqueses mas com uma economia extrativista, políticos indonésios e com cidadania fiscal similar aos paises falidos da África. Essa conta não fecha e nunca fechará!

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        Publicado por Jose Silva | 29 de abril de 2017, 13:41
      • José, como paraense que mora, trabalha e estuda na Escandinávia, ratifico cada um dos seus números e análises. Excepcional síntese!

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        Publicado por Marlyson | 2 de maio de 2017, 07:30
      • Marlyson,

        Obrigado. Aproveite o verão escandinavo.

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        Publicado por José Silva | 2 de maio de 2017, 08:26
  13. A sociologia da reeleição consolidou a ditadura da corrupção, neste país. Todavia, a sociologia – não mais da reeleição, mas a ciência – revela as faces da sociedade, coisa que jamais a corrupta elite e os bandidos políticos profissionais desejavam, ainda que saibam da inexorável marcha da História, usando a pseudocência para tentar manter o status quo.

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    Publicado por Luiz Mário | 29 de abril de 2017, 09:24
  14. Aliás, a ciência econômica capitalista, resiste a uma honesta e transparente avaliação científica?

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    Publicado por Luiz Mário | 29 de abril de 2017, 09:45
  15. Enquanto o povo brasileiro continuar guiado/manipulado pelo pastor (mídia) alimentada pela pequena elite/corruptora (empreiteiras, bancos,,..) nosso crescer é o do “rabo do boi”. Será que para o Brasil mudar de direcção é preciso parar? Ler Gandhi é preciso.

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    Publicado por Valdemiro | 29 de abril de 2017, 10:21
  16. José Silva, que com certeza não é esse seu nome verdadeiro, deve ser DAS do PSDB no Estado ou Patrão que explora empregado.

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    Publicado por Mariano Goes | 29 de abril de 2017, 10:46
    • Caro Mariano,

      Esse é o meu verdadeiro. Não sou funcionário público e muito menos DAS. Por fim, passo longe do PSDB. Para quem acompanha o que posto, estou mais próximo da Rede do que dos outros. Respondi as tuas perguntas?

      Se você não gosta das minhas idéias e sugestões, então que poste soluções para os problemas discutidos. Você tem alguma?

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      Publicado por Jose Silva | 29 de abril de 2017, 11:38
  17. Incrivel a disponiblidade de tempo desse José Silva para ficar 24 horas postando neste blog.

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    Publicado por Regina Santos | 29 de abril de 2017, 10:48
    • Regina,

      Incrível a sua falta de participação desse blog que, segundo os objetivos doo seu criador, visa promover a discussão saudável de coisas relevantes para a sociedade. Até compreendo a ausência de alguns, pois tem muita gente que acha que já sabe tudo e se nega a apresentar e discutir suas idéias. Passar bem!

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      Publicado por Jose Silva | 29 de abril de 2017, 11:42
  18. É isso mesmo, meu caro José. Foram-se as conservadoras premissas. As redes sociais aí estão para colocar à nu o que é informação, o que é jornalismo.Viva as redes sociais! Viva o jornalismo!…Viva a ciência!

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    Publicado por Luiz Mário | 29 de abril de 2017, 12:26
  19. Cara, como você é ridículo. Conseguiu escrever um texto sobre a GREVE GERAL sem citar a palavra greve.
    Sua credibilidade já era. Contente-se com a condição de blogueiro conservador, fazendo companhia a diversos outros da mesma linha, porém com muito menos “cliques”.

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    Publicado por Proletário | 29 de abril de 2017, 14:39
  20. A reação dos trabalhadores é proporcional ao que é tramado no congresso contra seus direitos. Uma analogia: será que os moradores de Marituba seriam ouvidos na questão do lixão se não tivessem bloqueado a via de acesso?

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    Publicado por Ricardo Conduru | 30 de abril de 2017, 00:14
  21. Caro Ricardo,

    Penso que a proporcionalidade da reação é inferior, por tudo o que os bandidos políticos profissionais e a corrupta elite praticam somada à montanha do crime ambiental existente no município.

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    Publicado por Luiz Mário | 30 de abril de 2017, 10:47
  22. Não houve grave geral. Greve exigir voluntariedade. Os que vivem nas costas dos sindicatos e nunca trabalharam impediram o funcionamento dos meios de transportes e os que têm
    emprego de trabalhar. Se seguisse Weber saberiam que a questão importante não é o bem-estar material das pessoas, mas o caráter do ser humano presente em qualquer ordem econômica e social. Não se pode esquecer que “não há a utopia futura, em que a batalha pode chegar ao fim.” E, sim, uma eterna luta pela conservação e pelo crescimento do nooso caráter nacional. Não se edifica esse caráter quando se age contra a liberdade de trabalhar.
    Lúcio o seu artigo gera inconformação aos sectários, mas, ao mesmo tempo, pode levá-los a alguma reflexão. Usar a razão é preciso.

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    Publicado por Deusdedith Brasil | 1 de maio de 2017, 12:12

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