A cobertura do Diário do Pará sobre a crise nacional é vergonhosa, a mais antijornalística de toda imprensa brasileira. A escandalosa subestimação da gravidade dos fatos que se desdobraram desde o vazamento das delações da gangue da JBS leva a uma constatação subjacente a essa diretriz editorial: sem seu cargo de ministro (e de um ministério tão regionalista quanto o da Integração Nacional), Helder Barbalho perde a sua condição de pré-candidato favorito na eleição para o governo do Pará no próximo ano.
Os veículos de comunicação da família Barbalho têm feito e – tudo indica -continuarão a fazer o possível e o impossível para o seu noticiário favorecer a permanência de Temer na presidência da república, como condição para que também Helder continue no ministério até o início da campanha eleitoral.
Sem um mecanismo de acesso às verbas federais, sua capacidade de atrair adesões seria profundamente abalada. Ficaria em igualdade de condições com os possíveis candidatos ao cargo máximo da administração pública estadual. Mais sujeito a uma nova derrota.
Para o jornal, que, mais uma vez, se reduz à condição de instrumento dos interesses políticos dos seus donos, o preço dessa linha editorial suicida poderá ser a de depender cada vez mais de verbas públicas e menos do leitor para sobreviver. E de precisar manter o nível cultural do povo muito baixo para que ele se iluda pelo sensacionalismo do Diário e ainda o compre e leia.
É esse baixo nível que explica a liderança da folha dos Barbalhos sobre a dos Maioranas, sem que a hipótese contrária sirva de consolo. Neste caso, a opção é mesmo entre o muito ruim e o tão ruim..
Castigo merecido para os paraenses?
Pessoas lêem notícias pela Internet ou ficam sabendo pela televisão. A maioria compra jornal apenas para embrulhar coisas.,
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Excelente descrição Jonathan. Estou rindo até agora!
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E se olharmos em volta, existem cada vez menos bancas de revistas. A Internet dinamitou várias coisas: jornais, quadrinhos, revistas de fofoca… O próprio Maurício de Sousa fatura muito mais com produtos. A Marvel já fatura muito mais com cinema e TV.
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Não! Até revista de fofoca está em extinção? Servindo de papel para embrulhar coisas? Como as nossas socialaites e pseudo-celebridades viverão sem elas? Esta internet está acabando mesmo com o mundo de papel. Daqui a pouco não teremos mais nada para embrulhar as coisas que não queremos que fiquem visíveis.
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Compro por mania, vício ou insensatez, queimando dinheiro. Mas sempre restam os classificados….
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E por falar de jornalismo, li que o novo destino dos jornalistas é liderar guerrilhas digitais. Li que tanto o Temer como a JBS pagaram preços altos para ter assessoria em guerrilhas digitais. Lúcio, o que é isso. Neste blog eu já vi gente, que em época de alguma crise, entra, solta um ou dois torpedos raivosos relacionados a alguma personalidade e depois desaparece. Serão estes agentes pagos da guerrilha digital?
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Não se estipendiados, mas que são guerrilheiros da agressão, parece que são. Acho que mais fanáticos do que jagunços da palavra.
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Quando o jornalismo se põe a serviço de interesses, se afasta, e muito, do verdadeiro jornalismo. Ótimo post!
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Obrigado, João Vítor.
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Os tempos são outros, ainda que a carcomida mentalidade religiosa tente negar. Em assim sendo, os guetos, as sociedades secretas surgidas do atual jornalismo, apenas chancelarão a Sociologia da reeleição. Infelizmente….
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