O pai, Paulo César Fonteles de Lima, morreu assassinado, em junho de 1987. O filho, que levava o seu nome, quase 30 anos depois, hoje. A vida de Paulo foi cortada por três balas, disparadas à queima-roupa, quando ele tinha 39 anos. A de Paulinho foi por um infarto fulminante, aos 45 anos.
O pai perdeu o mandato ao tentar passar de deputado de deputado estadual a federal. Tornou-se mais vulnerável e seus poderosos inimigos se aproveitaram para se livrar de um advogado combativo e de um parlamentar atuante. Paulinho exerceu mandato de vereador de Belém e seguiu a trilha do pai, empunhando as mesmas bandeiras e causas, como militante do Partido Comunista do Brasil.
Nascido na época mais sombria da ditadura militar e sobrevivendo às torturas da mãe, que o carregava no ventre e enfrentou todas as adversidades, ele era um resistente. Tinha direito a mais tempo de vida e ação. Lamentavelmente, não teve esse direito de conquista.
Persistirá, porém, na memória – pelo que fez e o que ainda faria.
Nosso “Che”
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Me inclua fora disso.
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A luta perdeu um guerreiro…o PCdoB perdeu um dirigente…o papão perdeu um de seus mais ferrenhos “fieis”…a poesia perdeu um poeta….e eu, eu perdi um amigo!!! Vá em Paz, Guerreiro!!!
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Que Deus o tenha em bom lugar e que console suas Mãe, esposa e filhos.
Era uma mente anacrônica que ainda acreditava na revolução comunista…
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Ele não era ateu?
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Graças a Deus.
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Grande pessoa e sonhador de um mundo melhor. Até logo camarã.
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Ele é imortal!
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“Menas”…
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Uma pena. Apesar de não comungar com o comunismo albanês, admirava o Paulo pelo seu idealismo e luta pelas camadas menos favorecidas da sociedade.
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Paulo Fonteles, Presente!
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Professor ,Lúcio . eu lembro no regatão cultural de 2007, que o senhor falou que 1 ou 2 dias antes do velho e saudoso Paulo Fonteles pouco antes de se assassinado(1987) …. lhe contou coisas que (o velho Paulo) nunca tinha lhe contado….isso é muito instigante…obvio que o Senhor nunca vai revelar (ético e responsável como o Sr sempre, foi).Sei lá …..lembrei disso depois dessa tragédia (26/10..) que foi a partida (30 anos depois do pai dele) do Paulinho , tão cedo.
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Foi três dias antes o encontro, depois de um seminário sobre energia , realizado no então Instituto Lauro Sodré, com a participação do Pinguelli Rosa.
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É verdade. Posso falar das questões públicas sobre as nossas divergências de entendimento e interpretação. O Paulo seguia a diretriz do PC do B, que sempre critiquei como dogmática e irreal. Nunca fui militante ou filiado político, o que me dava condições de criticar a todos conforme nossas divergências. Nessa longa conversa, o Paulo admitiu certos erros do partido dele e dele próprio, sem o tom mais acalorado de outras vezes. Parecia mais sereno e tolerante. Por isso foi a melhor conversa sobre temas políticos que tivemos.
Ele reconheceu o erro político que cometeu ao tentar se eleger deputado federal, reconhecendo meus argumentos: 1) ele já não era o único advogado a defender posseiros no sul do Pará: 2) também não era mais o único político com essa posição; 3) a Igreja católica, através da pastoral da terra, decidira seguir linha própria, não mais automaticamente associada ao Paulo. Paulo tinha votos apenas para se reeleger. Para federal, Ademir Andrade já levava vantagem e por isso se elegeu. Não havia votos suficientes para os dois.
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Era um albanês ortodoxo?
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Oficialmente, sim.
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