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Agricultura, Colonização, Justiça, Terras

Despejos no sul do Pará

Grande parte das famílias que ocupam o acampamento Helenira Rezende, no sudeste do Pará, já está se retirando da fazenda Cedro/Fortaleza. O Comando de Missões Especiais da Polícia Militar começou a cumprir, às sete horas da manhã de hoje, a medida liminar de reintegração de posse na propriedade.

A operação conta com 15 caminhões e uma retroescavadeira enviadas pela Agropecuária Santa Bárbara, a proprietária do imóvel. A empresa é do banqueiro Daniel Dantas, do banco Opportunity.

O MST informa que a mesma providência em relação à área da fazenda Fortaleza “ainda depende do resultado do georreferenciamento do Instituto Nacional Colonização e Reforma Agrária (Incra)”, que começará também hoje. O trabalho dos técnicos do Incra será acompanhado por um perito do Instituto de perícias Renato Chaves e dois professores da Universidade do Sul e Sudeste do Pará.

“Todos aguardam o resultado da perícia da área”, diz um comunicado do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Ele informa que outras duas áreas ocupadas na região “estão sob ameaça de despejo até o fim de 2017”.

Nos três acampamentos, colocados na lista de 20 áreas ameaçadas de despejo, haveria 2 mil famílias instaladas em lotes que objeto de mandados judiciais para reintegração de posse.

 

Discussão

3 comentários sobre “Despejos no sul do Pará

  1. A nota do MST diz mais :” que a Agropecuária Santa Barbara comprou as tres fazendas ( Cedro , Maria Bonita e Fortaleza ) da familia Mutran .São antigos castanhais que foram destruidos e sua finalidade desviada para formação de pasto e criação de gado .As limianres foram conseguidas no ano de 2010 num processo nebuloso envolvendo uma juiza de Marabá . Em pleno funcionamento da Vara Agrária , a juíza recebeu os pedidos de reintegração de posse em um plantaão de fim de semana .Ignorou todos os procedimentos obrigatórios da Vara Agraria e deferiu as liminares no mesmo dia. Na segunda-feira seguinte , a juiza titular da Vara Agraria cassou todas as liminares e marcou audiência para ouvir as partes…O grupo Santa Barbara recorreu da decisão e o tribunal confirmou a decisão da juiza de plantão . Há 7 anos que essas liminares se arrastam e a gora o juiz da Vara Agraria determinou o seu cumprimento . ”
    Por que agora ? Eis a questão …

    Segue a nota. ” Outro imóvel ocupado por 200 familias do MST , a Fazenda Santa Tereza .Um antigo castanhal , destruido e trasnformado em pastagem pela familia Mutran.O ultimo comprador do aforamento foi o empresário Rafael Saldanha. Mesmo sabendo dos crimes ambientais praticados no interior do imóvel e de uma decisão da Vara Agraria de Marabá que confirmava a propriedade do castanhal como sendo do Estado do Pará , o ITERPA , numa operação definida pela Comissão de Direitos Humanaos da Assembleia Legislativa do Estado do Pará , coo fraudulenta , titulou definitivamente o imóvel em nome do empresário .De posse do titulo o empresário requereu o despejo das familias .Apenas nas fazendas Maria Bonita e Santa Tereza são 255 crianças ue atualmente estão matriculadas e frequentando a sala de aula no local. O despejo das familias significará a perda do ano letivo para todas elas ….”

    Ai eu pergunto : alguém consegue ver Justiça nesse processo de despejos em prol do latifundio ? Alguém conseguem ver ” municipios sustentáveis” nessas praticas destruidoras das matas nativas ?

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    Publicado por Marly Silva | 27 de novembro de 2017, 21:27
  2. Pois é, a bandeira de uma reforma agrária justa e produtiva no Brasil era uma das principais bandeiras do PT e seus aliados. O resultado após todo este tempo parece ser desastroso.

    Os assenfamentos que nunca funcionaram continuaram não funcionando. Novos assentamentos foram desenhados para fracassarem. Apoio técnico de qualidade não foi fornecido. Questões fundiárias importantes permaneceram sem resolução.

    Creio que o legado foi muito ruim, levando-se em conta a dinheirama que o governo jogou no MST e sindicatos para o desenvolvimento de projetos de assentamentos sustentáveis. Para onde foi esse dinheiro? O que gerou? Porque os agricultores mais pobres não conseguiram garantir o seu pedaço de terra para produzir? Porque o agronegócio baseado em latifúndios se expandiu como nunca neste período? Porque os conflitos de terra se multiplicaram?

    Seria muito importante se alguém se debruçasse sobre os números e fatos para fazer uma avaliação concreta dos resultados dos 13 anos do PT e aliados no que diz respeito à reforma agrária.

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    Publicado por Jose Silva | 29 de novembro de 2017, 11:36
  3. Na ultima consulta que fiz a um catálogo de produção academica sobre o MST (2015) , constava um total de 600 dissertações e teses no Brasil , e centenas de trabalhos publicados no exterior , a maioria em espanhol. Trabalhos que analisam questões que vão desde uma avaliação critica dos assentamentos rurais no governo Lula (como o de François-Michel e Marcel Brursztyn) até as experiencias tidas como inovadoras no campo da agroecologia , da educação rural e ambiental , da sustentabilidade da agricultura familiar , das feiras agroecologicas , das sociabilidades coletivas nessas modalidades de assentamento , do papel na organização da escola e da educação etc…É preciso tempo e disposição para lê-los .
    Mas, sem duvida , nenhum deles ganhou tanta vissibilidade no pais como os ataques de ódio desferidos pelo jornalista Reinaldo de Azevedo e pela revista Veja contra o MST , que acusavam o MST de ” terrorismo oficializado” , ” movimento terrorista” e coisas dos gênero, instigando a bancada ruralista e sendo instigado por ela , para instalar CPIs em ” busca do cofre do MST” …Se não estou enganada foram tres(3) ou mais tentativas de CPI …Foi preciso de grandes intelectuais e artistas como Antonio Candido , Francisco de Oliveira,Jose Saramago, Boaventura Santos , Sebastião Salgado , Chico Buarque etc…se mobilizassem para colocar um freio na perseguição …

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    Publicado por Marly Silva | 29 de novembro de 2017, 20:24

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