Ainda bem que, pela primeira vez, O Liberal continuou a comemorar o seu aniversário depois de lançar a edição especial alusiva à data. Adicionou novos testemunhos dos seus profissionais, sobretudo os repórteres, e mais matérias informativas. Como a de João Carlos Pereira, na edição de hoje.
Ler o João Carlos é sempre uma fonte de prazer pelo domínio que ele exerce sobre a língua pátria e a eficiência na narrativa. Por isso mesmo, considerando que seu artigo será fonte de referência sobre a história do jornal, faço-lhe duas observações.
A primeira. Embora assinasse a coluna, Guaracy de Brito nunca a escreveu, nem quando ela saía na Folha do Norte. Vários foram os seus redatores, conhecidos como ghost-writers. Guaracy, na verdade, além de excelente amigo, era um eficiente relações públicas e um faz-tudo.
Uma de suas atividades era ir pegar os jornais “do sul”, trazidos como leitura de bordo dos aviões que vinham do Rio e de São Paulo. Precisa, por isso, da boa vontade e parceria de quem trabalhava no aeroporto.
Certa vez, por maldade, alguém inseriu uma nota contra o Infraero, o principal aliado da caça aos jornais. Guaracy chegou furioso na redação e anunciou, com aquele seu jeito de ser brincalhão em qualquer circunstância: “a partir de hoje, vou ler a minha coluna”. Todos riram.
A outra observação me diz respeito. Com Linomar Bahia nas notícias, fui o primeiro âncora do Bom dia, Pará. O gozador Luiz Paulo Freitas veio depois. Nessa história, nem consigo ser como Pilatos no credo.
Minha nossa! Tinha muito i sem pingo nesse texto do professor João Carlos.
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