Sou um privilegiado. Por baixo da rua onde moro, no bairro do Reduto, passa uma galeria de águas pluviais e uma rede de esgoto. Estou entre os 8% da população de Belém que dispõe dessa maravilha. Em cidades civilizadas ela atende a população inteira de uma cidade.
Pela galeria, iniciada no tempo dos ingleses da Biyngton, pode passar um carro. No entanto, não houve ano – dos 40 vivendo na mesma casa – em que não sou presenteado por uma, duas ou mais enchentes, como a de hoje, que me reteve pelo dia inteiro. Eu e milhares de moradores do bairro, talvez o mais peculiar da capital paraense, por combinar tantas funções e tão variados personagens.
Não sei se as ligações das casas e da rua com a galeria estão obstruídas ou se a maré alta nos devolve volumes cada vez maiores de água, ou se tudo se deteriorou por falta de manutenção. O que sei é que estou sempre querendo saber da maré e da chuva para me precaver ou preparar o choro pelo leite derramado, os livros encharcados e outros eventos da rotina de uma cidade que tentou apagar o pântano da sua vista e agora, indo ao fundo, paga o preço por tanta insensatez e desatino.
Qualquer ação humana precisa estar ajustada aos ritmos naturais. Sem isso, a realidade será sempre uma batalha continua entre homem e natureza. O resultado sabemos de antemão: a natureza sempre vencerá!
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Lucio o nosso dislocamento na hora em que chove fica ameaçado pois os motoristas estão mudando seu tráfego tráfego Trageto de acordo com sua conveniência e deixam passageiros esperando nas paradas de nossa cidade
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Não tenho dúvidas de que causa dos seus transtornos líquidos é tudo isso que você diz . É multicausal !
Posso imaginá-lo com a água na cintura vendo seus livros flutuarem pela sala e corredor da casa …
Ainda bem que tem a Maju Coutinho na telona , só para consolar , né , Lúcio !
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É lastimável perder bens em enchentes, muito mais, o acervo bibliográfico, que acredito, em sua posse, detenha relíquias inestimáveis da historiografia amazônica!?
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Realmente, já foram muitas perdas, algumas preciosas. Mas estou me empenhando em proteger a casa, o patrimônio e as pessoas.
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Claro, Lúcio, Deus sempre vence. Existe definição mais acertada de Deus do que aquela do nosso velho catecismo da primeira comunhão? Um ser infinitamente bom e perfeito que nunca terá começo e nunca terá fim? É a definição da própria dona Natureza. E se ela é agredida, uma hora chega o castigo o troco vem nem que demore 1000 anos. Deixassem um dia “nossa” Belém livre de qualquer resquīcio humano, nesse período ela iria se regenerar para voltar à sua perfeição de pântano. A Natureza, ou Deus, seja que nome tenha, nos brinda através das nossas ações. Ela quer nos ver longe.
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É verdade, Ademar. É um bumerangue. Quem atira para destruir recebe o objeto de volta na cabeça.
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Nossa, Ademar. Exterminar a raça humana para resolver?
Que filosofia, hein Lúcio?!?! Mas não perguntem se ele quer ser o primeiro da fila e dar sua parcela de contribuição.
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Atire o primeiro balde aquele que não teve sua casa inundada.
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Eu.
E já fiz muita cag….. com vizinho por causa de entulho jogado na rua. E assim dou minha parcela de contribuição. Chega do “politicamente correto” para não ofender os sensíveis mal-educados.
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Será que tudo se resolve no círio de narazé?
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” Insensatez e desatino”, palavras apropriadas pára a realidade de Belém, notadamente do nosso Reduto!
Possiga, meu caro, que seremos eternamente gratos.
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Prosseguirei, sim, amigo. Sofremos em toda temporada de chuvas.
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