No dia 23 o Ministério Público do Estado divulgou uma nota reproduzindo parecer do consultor Mário Russo, segundo o qual o aterro sanitário de Marituba atingira um padrão de qualidade europeu, graças ao cumprimento das medidas sugeridas pelas autoridades para corrigir seus problemas, o mais grave dos quais, para os moradores da área, era o intenso amu cheiro que provocava.
Hoje, uma semana depois, o MPE anuncia que na segunda-feira, 3, irá se pronunciar “sobre o expediente protocolado pela empresa Guamá Resíduos Sólidos informando que encerrará atividades no aterro sanitário de Marituba em maio de 2019”. A promotora de justiça de Meio Ambiente de Marituba, Ana Maria Magalhães, “está analisando o documento” para poder discuti-lo com as prefeituras da região metropolitana de Belém. Talvez um tanto demoradamente, já que nada informa sobre o conteúdo do expediente – nem mesmo a data da sua apresentação. É uma grande surpresa (a do padrão europeu) logo seguida por outra, em sentido exatamente oposto.
Sem o devido esclarecimento, dá a impressão de que o Ministério Público foi crente demais na primeira manifestação. Ou a empresa, surpreendida por ela mesma, chegou subitamente à conclusão de que não é lucrativo oferecer aos habitantes da região metropolitana da capital paraense um padrão civilizado no tratamento do lixo. E que, por dedução, o que ela garantia ser um aterro sanitário não passava mesmo de um lixão.
Pelo que foi divulgado na imprensa as prefeituras de Belém e Ananindeua devem mais de 12 milhões de reais.
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Um problema que, gerido com competência e seriedade, poderia ser uma mola de bons efeitos multiplicadores de soluções aos nossos problemas sociais e urbanos.
Começaria pela escolha do local adequado, fora do espaço urbano. Uma ilha poderia ser usada, desde que oferecesse condições e menos possibilidades de danos ambientais.
Segundo ponto, a construção nesse espaço de uma usina de manipulação, separação e beneficiamento dos diversos tipos de lixo, que gerassem energia e matéria prima para reciclagem.
Os portos de embarque e desembarque seriam feitos ao mesmo tempo da usina, com bases para aportar as balsas que transportariam caminhões e contêineres de lixo.
Os recursos humanos poderiam vir das associações e cooperativas de catadores, em condições de preparo técnico e de proteção que não lhes agredisse a saúde.
Energia solar e biogás seriam as fontes para a movimentação da usina.
Os resultados serviriam para pagar os prestadores de serviços, inclusive catadores, indo as sobras dos resultados para a cooperativa investir em seus cooperados, com atendimentos de saúde, equipamentos e treinamentos.
O lucro social deveria ser medido e apresentado à sociedade. É igual ao custo alternativo de não se ter um sistema efetivo de coleta e tratamento do lixo, e os custos com recursos humanos sem emprego, doentes e vulneráveis à violência do crime organizado.a falta de oportunidades compatíveis com a qualificação e conhecimentos de cada um.
O lixo não é problema. É solução!
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