Na descrição que publiquei ontem do meu roteiro dominical pela Cidade Velha, esqueci de incluir o que foi uma novidade para mim, depois de certo tempo sem fazer esse circuito: o motel Los Piratas está em pleno funcionamento, na encantadora rua São Boaventura, com seu casario de época ainda preservado, ao menos em parte (do lado da baía é uma selvageria sem fim). Durante muito tempo o motel, pronto para funcionar, permaneceu fechado, por algum problema legal. O problema foi resolvido?
A prefeitura deveria conceber um projeto de restauração, preservação e “revitalização” para esse pequeno trecho tão valioso da cidade. Vizinhos, a bela residência da pintora Dina Oliveira, um exemplo de cuidado com o patrimônio histórico, e o palacete Pinho, restaurado a custo alto e até hoje sem um uso adequado. Não é o caso de a administração municipal preparar um termo de referência para colocar o casarão em leilão para aproveitamento compatível?
Lúcio Flávio Pinto, muito bom ler esses seus comentário. Isso me levou ao doce e quase inocente passado, lá pelos anos de 64/65 quando saia do CEPC e com amigos perambulávamos por todas essas áreas antes de retornarmos às nossas casas. Muitas vezes encontrávamos nossos professores que até se escondiam para que não os víssemos. Era um tempo diferente, de reverência e de respeito. Coisas que não se vemos hoje em dia. Sou do tempo em que não poderíamos sentar à mesa do professor, a qual estava sobre um pedestal. Na verdade até nós alunos achávamos meio careta. Tanto que após a grande reforma do velho CEPC, esses pedestais desapareceram porém, representavam um temor reverencial a nossos competentes mestres, hoje quase todos já falecidos. Saudades… tempos indeléveis.
Legal o comentário.
Muitos dos professores daqueles tempos ainda estão bem ativos.
Quase todos os meses há o encontro dos ex-alunos do CEPC, ali onde era a Computer Store da Antônio Barreto, hoje um complexo de restaurante e eventos.
O Porto do Sal inteiro é lindo e deveria ser revitalizado, compondo um conjunto arquitetônico que viria desde a Feliz Lusitânia, até o Portal da Amazônia.
Falta dinheiro? Não, falta iniciativa e competência na gestão Municipal.
Com um pedaço nobre que poderia ser transformado em centro da comilança, de diversões e de ancoragem de escunas, iates e embarcações destinadas ao turismo e lazer, gerando empregos, renda e atrativos para a vinda de visitantes de todo o Brasil e mundo, não deveria faltar investidores dispostos a explorar cada pedaço desse novo espaço, adequado para o fim das artes e artesanatos, da diversão saudável e das delícias da cozinha regional e nacional.
Façam o projeto que a captação dos recursos será a parte mais fácil, desde que haja o compromisso de levar a formalidade, a segurança e varrer a marginalidade dos becos lá existentes.
Por falar em turismo e revitalização do Porto do Sal, pergunto aos universitários: onde andam as chatinhas da antiga Enasa, que viajavam até os anos 80 para o Tocantins e Marajó?
Seria um tipo de embarcação excelente para promover o lazer fluvial, com as devidas adaptaçoes, nos moldes dos barcos do rio Mississipi, onde havia festas e cassinos.
É outra pergunta que faço: por que não se libera o jogo, em condições especiais, como as destinadas ao incremento turísticos em navios, navios gaiola e estâncias turísticas bem definidas e regulamentadas, evitando sonegação de impostos, o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro?
Afinal o jogo clandestino corre solto e não paga impostos, atraindo a corrupção, o tráfico, a prostituição, o contrabando e a marginalidade, sem trazer nenhum benefício para a sociedade.
Seria uma forma de pagar os investimentos nas obras necessárias e ainda sobrar para outros investimentos e programas sociais.
A reforma do Palacete Pinho foi projetada para que o local funcionasse como sede da Banda Sinfônica Municipal.
Ao longo dos dois mandatos do Edmílson Rodrigues, a antiga banda da GBel foi transformada, de fanfarra de tocar dobrados, em uma banda civil e artística. Para isso, a banda foi retirada da Guarda Municipal e alocada na Funbel, passando a se chamar Banda Sinfônica Municipal. O processo foi coordenado pelo maestro Jonas Arraes, com a participação dos também maestros Ricardo Cabrera (colombiano), Sergei Firsanov e Oleg Adreieiev (russos), e Barry Ford (americano).
A BSM estava alojada num imóvel alugado na Barão do Triunfo. próximo ao Instituto Adventista Grão Pará (e, antes disso, em instalações cedidas pela UFPa, no prédio da antiga reitoria, na Governador José Malcher com Generalíssimo ). O plano era transferi-la para o Palacete Pinho (que, na BSM, passou a ser apelidado de “Solar dos Sons”). Além de funcionar como sede da BSM; local de ensaio para a banda e seus grupos de performance (como era o caso, Quinteto de Jazz da BSM, para cuja criação eu tive a honra de contribuir, inclusive na produção do CD “Jazz & Blues no Palácio Azul”; o Quarteto de Sopro da BSM, especializado em música erudita, etc.), o palacete também abrigaria o Núcleo de Atividades Musicais (NAM) da BSM. O NAM era uma escola de música para crianças e adolescentes pobres, criada por iniciativa dos próprios músicos da banda. Ainda no Palacete Pinho funcionaria uma luthieria (nas edificações anexas, construídas no terreno aos fundos do palacete, com acesso pela São Boaventura), e um extenso etc. A BSM era o embrião da sonhada Orquestra Sinfônica Municipal, que se pretendia fosse gestada e parida no Palacete Pinho.
Informalmente, o Jonas Arraes — e sua esposa, a arquiteta Rosa Arraes, à época no MABe — recebiam assessoramento de um engenheiro nipoamericano, cujo nome esqueci, e que desenvolvera um projeto para o Museu Emílio Goeldi, À época das obras de restauração do Palacete Pinho, esse engenheiro coordenava o projeto de climatização do túmulo da rainha Nefertiti, no Egito. O desafio era conciliar as atividades da BSM e projetos daí decorrentes, com o uso sustentável do imóvel. O desenho geral do projeto de ocupação e uso do palacete contava com o apoio da Vale, que já formalizara compromisso de participar de sua sustentação financeira.
Como se sabe, a restauração do Palacete Pinho foi concluída pelo prefeito Duciomar Costa, que, logo ao início de seu primeiro mandato, retirou a Banda Sinfônica Municipal da Funbel, devolvendo-a à GBel. O projeto “Solar dos Sons” foi descartado. Pelo que soube, vários músicos de alto nível se desligaram da banda, inclusive alguns nos quais a Prefeitura de Belém investira bastante, viabilizando pós-graduações no exterior. Parece que hoje a banda já não tem mais a mesma qualidade artística que alcançara. Também parece que não foi designado um novo uso para o Palacete Pinho.
Uma pena mesmo, Elias. Andei pelo palacete nessa época. O Duciomar poderia até dar outro uso, como o Zenaldo. O criminoso é deixar o prédio fechado por tanto tempo, se deteriorando, sem nenhuma providência de coerção legal para obrigar o alcaide a dar uma destinação compatível com o local ou ressarcir o prejuízo dado ao erário municipal. Logo, aparecerá uma placa com uma obra milionária para refazer o que já foi feito.
Os artistas e produtores culturais da terra também deveriam ter ocupado o Palacete Pinho . Uma ocupação politico-artística – a exemplo do que se faz em outros lugares- teria provocado um debate e a opinião pública a se posicionar e as instituições a tomarem uma decisão que viesse ao encontro das demandas da “classe artística” . Mas infelizmente , essa “classe” em Belém , não é nada criativa no quesito ação politica . Falta-lhe atitude , iniciativa , garra . Eles sempre fazem o mesmo do mesmo . O previsível …Triste ver aquele espaço restaurado bem como o palacete Bolonha completamente abandonados, sem-uso .
Lúcio Flávio Pinto, muito bom ler esses seus comentário. Isso me levou ao doce e quase inocente passado, lá pelos anos de 64/65 quando saia do CEPC e com amigos perambulávamos por todas essas áreas antes de retornarmos às nossas casas. Muitas vezes encontrávamos nossos professores que até se escondiam para que não os víssemos. Era um tempo diferente, de reverência e de respeito. Coisas que não se vemos hoje em dia. Sou do tempo em que não poderíamos sentar à mesa do professor, a qual estava sobre um pedestal. Na verdade até nós alunos achávamos meio careta. Tanto que após a grande reforma do velho CEPC, esses pedestais desapareceram porém, representavam um temor reverencial a nossos competentes mestres, hoje quase todos já falecidos. Saudades… tempos indeléveis.
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Legal o comentário.
Muitos dos professores daqueles tempos ainda estão bem ativos.
Quase todos os meses há o encontro dos ex-alunos do CEPC, ali onde era a Computer Store da Antônio Barreto, hoje um complexo de restaurante e eventos.
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Boa lembrança, Hamilton.
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O Porto do Sal inteiro é lindo e deveria ser revitalizado, compondo um conjunto arquitetônico que viria desde a Feliz Lusitânia, até o Portal da Amazônia.
Falta dinheiro? Não, falta iniciativa e competência na gestão Municipal.
Com um pedaço nobre que poderia ser transformado em centro da comilança, de diversões e de ancoragem de escunas, iates e embarcações destinadas ao turismo e lazer, gerando empregos, renda e atrativos para a vinda de visitantes de todo o Brasil e mundo, não deveria faltar investidores dispostos a explorar cada pedaço desse novo espaço, adequado para o fim das artes e artesanatos, da diversão saudável e das delícias da cozinha regional e nacional.
Façam o projeto que a captação dos recursos será a parte mais fácil, desde que haja o compromisso de levar a formalidade, a segurança e varrer a marginalidade dos becos lá existentes.
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Boa ideia, Jab.
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Por falar em turismo e revitalização do Porto do Sal, pergunto aos universitários: onde andam as chatinhas da antiga Enasa, que viajavam até os anos 80 para o Tocantins e Marajó?
Seria um tipo de embarcação excelente para promover o lazer fluvial, com as devidas adaptaçoes, nos moldes dos barcos do rio Mississipi, onde havia festas e cassinos.
É outra pergunta que faço: por que não se libera o jogo, em condições especiais, como as destinadas ao incremento turísticos em navios, navios gaiola e estâncias turísticas bem definidas e regulamentadas, evitando sonegação de impostos, o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro?
Afinal o jogo clandestino corre solto e não paga impostos, atraindo a corrupção, o tráfico, a prostituição, o contrabando e a marginalidade, sem trazer nenhum benefício para a sociedade.
Seria uma forma de pagar os investimentos nas obras necessárias e ainda sobrar para outros investimentos e programas sociais.
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A reforma do Palacete Pinho foi projetada para que o local funcionasse como sede da Banda Sinfônica Municipal.
Ao longo dos dois mandatos do Edmílson Rodrigues, a antiga banda da GBel foi transformada, de fanfarra de tocar dobrados, em uma banda civil e artística. Para isso, a banda foi retirada da Guarda Municipal e alocada na Funbel, passando a se chamar Banda Sinfônica Municipal. O processo foi coordenado pelo maestro Jonas Arraes, com a participação dos também maestros Ricardo Cabrera (colombiano), Sergei Firsanov e Oleg Adreieiev (russos), e Barry Ford (americano).
A BSM estava alojada num imóvel alugado na Barão do Triunfo. próximo ao Instituto Adventista Grão Pará (e, antes disso, em instalações cedidas pela UFPa, no prédio da antiga reitoria, na Governador José Malcher com Generalíssimo ). O plano era transferi-la para o Palacete Pinho (que, na BSM, passou a ser apelidado de “Solar dos Sons”). Além de funcionar como sede da BSM; local de ensaio para a banda e seus grupos de performance (como era o caso, Quinteto de Jazz da BSM, para cuja criação eu tive a honra de contribuir, inclusive na produção do CD “Jazz & Blues no Palácio Azul”; o Quarteto de Sopro da BSM, especializado em música erudita, etc.), o palacete também abrigaria o Núcleo de Atividades Musicais (NAM) da BSM. O NAM era uma escola de música para crianças e adolescentes pobres, criada por iniciativa dos próprios músicos da banda. Ainda no Palacete Pinho funcionaria uma luthieria (nas edificações anexas, construídas no terreno aos fundos do palacete, com acesso pela São Boaventura), e um extenso etc. A BSM era o embrião da sonhada Orquestra Sinfônica Municipal, que se pretendia fosse gestada e parida no Palacete Pinho.
Informalmente, o Jonas Arraes — e sua esposa, a arquiteta Rosa Arraes, à época no MABe — recebiam assessoramento de um engenheiro nipoamericano, cujo nome esqueci, e que desenvolvera um projeto para o Museu Emílio Goeldi, À época das obras de restauração do Palacete Pinho, esse engenheiro coordenava o projeto de climatização do túmulo da rainha Nefertiti, no Egito. O desafio era conciliar as atividades da BSM e projetos daí decorrentes, com o uso sustentável do imóvel. O desenho geral do projeto de ocupação e uso do palacete contava com o apoio da Vale, que já formalizara compromisso de participar de sua sustentação financeira.
Como se sabe, a restauração do Palacete Pinho foi concluída pelo prefeito Duciomar Costa, que, logo ao início de seu primeiro mandato, retirou a Banda Sinfônica Municipal da Funbel, devolvendo-a à GBel. O projeto “Solar dos Sons” foi descartado. Pelo que soube, vários músicos de alto nível se desligaram da banda, inclusive alguns nos quais a Prefeitura de Belém investira bastante, viabilizando pós-graduações no exterior. Parece que hoje a banda já não tem mais a mesma qualidade artística que alcançara. Também parece que não foi designado um novo uso para o Palacete Pinho.
Pena…
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Uma pena mesmo, Elias. Andei pelo palacete nessa época. O Duciomar poderia até dar outro uso, como o Zenaldo. O criminoso é deixar o prédio fechado por tanto tempo, se deteriorando, sem nenhuma providência de coerção legal para obrigar o alcaide a dar uma destinação compatível com o local ou ressarcir o prejuízo dado ao erário municipal. Logo, aparecerá uma placa com uma obra milionária para refazer o que já foi feito.
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Os artistas e produtores culturais da terra também deveriam ter ocupado o Palacete Pinho . Uma ocupação politico-artística – a exemplo do que se faz em outros lugares- teria provocado um debate e a opinião pública a se posicionar e as instituições a tomarem uma decisão que viesse ao encontro das demandas da “classe artística” . Mas infelizmente , essa “classe” em Belém , não é nada criativa no quesito ação politica . Falta-lhe atitude , iniciativa , garra . Eles sempre fazem o mesmo do mesmo . O previsível …Triste ver aquele espaço restaurado bem como o palacete Bolonha completamente abandonados, sem-uso .
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Só sabem se queixar e falar em golpe. Precisam de mecenas para sobreviver?
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