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Economia, Estrangeiros, Política

BNDES: dívida externa

O balanço do BNDES de 2018, divulgado nesta semana, registrou perdas de 4,4 bilhões de reais. O provisionamento é relativo a uma dívida, originalmente de R$ 2.3 bilhões, resultante de financiamentos concedidos – e ainda não pagos – a Cuba, Venezuela e Moçambique, entre 2003 e 2005.

Essas operações foram avalizadas pelo tesouro nacional, através do Fundo de Garantia à Exportação. Por isso, o governo teve que pagar ao BNDES R$ 1,3 bilhão como indenização pelo atraso no pagamento das prestações vencidas e não pagas ao banco. O orçamento deste ano prevê R$ 1,5 bilhão de despesas do FGE.

Discussão

11 comentários sobre “BNDES: dívida externa

  1. E há teimosos que dizem que os governos petistas fizeram muito pelo social. Só se foi pela ascensão social pessoal dos tiranetes que queriam agradar para tê-los como votos em suas empreitadas imperialistas e uma vaga no Conselho de Segurança da ONU.
    Se houvessem investido em educação e infraestrutura o dinheiro que deram aos bolivarianos, cubanos e africanos, teríamos menos desempregados, reduzido o custo Brasil e melhorado nossa produtividade, com redução da miséria no País.
    Escolas, ferrovias e portos, fortalecimento da construção civil, da agricultura familiar e as reformas estruturais de base, impulsionados com essa grana “doada” aos “cumpanheiros” do Fórum de São Paulo e Africanos, fariam a diferença em nosso desenvolvimento social e econômico, sustentável.
    Desperdiçamos, mais uma vez, um dos melhores momento da economia global, queimando recursos. Pior que nós só a Venezuela.

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    Publicado por Jab | 4 de abril de 2019, 23:21
  2. Não entendi nada!
    O BNDS lançou a totalidade da dívida como provisão para devedores duvidodos?
    Isso é ilegal,né? Pelo menos pra nós, mortais…
    No caso do BNDES, muitíssimo mais! Vai que daqui a alguns anos assuma um presidente menos direitopata… Cuba volta a pagar, e a coisa muda de figura, né não? Esse problema não existe por si só. É um problema criado por injunções políticas.
    Outra coisa: se a União– como avalista e principal pagadora — está pagando as parcelas vencidas, como diabos o BNDES pode dizer que essas dívidas estão gerando prejuízos? Se o BNDES está– como de fato está– recebendo o devido, ele deve buscar noutro terreiro as razões para o prejuízo que ele diz ter, em vez de ficar enchendo o saco da gente com esse tipo de lorota.
    No caso dessas dívidas, o prejuízo vai pra União, que as está pagando, e não pro BNDES, que está recebendo o que lhe devem.

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    Publicado por Elias Granhen Tavares | 5 de abril de 2019, 08:58
    • Se o BNDES provisionou, é porque as parcelas de 2018 venceram e não foram pagas. Pode ser também – e ainda – escrituração contábil. De qualquer maneira, é custo para os brasileiros que cederam poupança (ou dívida) para financiar governo estrangeiro, qualquer que seja a ideologia, sem seguir as normas banárias internacionais. A União Soviética fez isso para manter Cuba e a Rússia está fazendo (quase) o mesmo com a Venezuela.

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 5 de abril de 2019, 09:40
  3. Esse tipo de coisa é o custo de uma política externa fundada em ideologia de botequim.
    Na disciplina Economia Internacional,a gente aprendia que países não têm amigos nem inimigos: têm interesses!

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    Publicado por Elias Granhen Tavares | 5 de abril de 2019, 09:02
  4. Estás enganado, Lúcio.Se as parcelas venceram, e o devedor não as quitou, automaticamente o débito vai para a União que, como avalista, tem que segurar o tranco.
    O teu próprio texto diz algo sobre R$ 1,3 bilhão que a União desembolsou, pra quitar parcelas vencidas e não pagas.
    Nas operações avalizadas pela União, o risco do BNDES é sempre zero.

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    Publicado por Elias Granhen Tavares | 5 de abril de 2019, 14:08
  5. Outra coisa: quando a União, como avalista, banca o pagamento de parcelas da dívida de um outro país, junto a instituição de crédito brasileira, isso não significa que a dívida deixou de existir. Apenas deixou de ser dívida junto à instituição de crédito, e passou a ser dívida junto à União.
    E a União sempre tem como cobrar essas dívidas, porque ela sempre dispõe de créditos dos países com quem transaciona.
    Qdo Lula defendia o ingresso da Venezuela no Mercosul, o propósito, mais que evidente, era dispor do máximo de controle sobre créditos venezuelanos, para prevenir eventuais calotes.
    De qualquer maneira, nesse tipo de operação,o devedor só deixa de pagar se o credor fizer corpo mole.
    A Venezuela é um caso à parte, porque os EUA estão retendo créditos daquele país. Independentemente da motivação, trata-se de clara intervenção no domínio de outro país.
    No estado de balbúrdia em que se encontra, a Venezuela não está pagando ninguém.

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    Publicado por Elias Granhen Tavares | 5 de abril de 2019, 14:32
    • Você sabe qual foi a garantia oferecida ao crédito concedido? Por que intervir o tesouro nacional se toda transação poderia ser feita entre instituições privadas: o banco, o empreiteiro e o contratante? O BNDES e o Banco do Brasil substituíram o tesouro nacional no empréstimo ao projeto Jari, de Ludwig. A garantia era real, mas os imóveis não tinham o domínio imobiliário. Os dois bancos estatais, no aguardo de lucros que nunca vieram, queimaram meio bilhão de dólares. Parecia que essa era tinha acabado. Não acabou. Nem a CPi do BNDES foi em frente.

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 5 de abril de 2019, 16:13
  6. E é sempre bom lembrar que os financiamentos concedidos pelo Brasil a países da África e da America Latina, durante o governo Lula, atenderam pedidos do FMI.
    O Brasil havia equacionado o problema da dívida externa,e, de devedor que era, se tornara credor, nas relações com o resto do mundo.
    Foi aí que o FMI pediu ao governo brasileiro que passasse a conceder financiamentos a países pobres, já que a economia brasileira não tinha dinamismo suficiente pra absorver a disponibilidade de meios.
    Aí o Lula entrou nessa com tudo!
    Foi um porre! Agora, é a ressaca!

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    Publicado por Elias Granhen Tavares | 5 de abril de 2019, 14:44
    • Ou a hora da pílula do dia seguinte, Elias.

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 5 de abril de 2019, 16:14
    • A concessão de aval é uma operação legal. Há uma enorme diferença entre conceder aval a uma instituição pública e a um ente particular, como foi o caso da Jari.

      Salvo no caso de uma revolução, que leve ao poder grupos políticos irremediavelmente hostis ao avalista, ou se o próprio avalista se dane a fazer besteira — como parece ser o caso do Bolsonaro– o aval nunca dá prejuízo. É sempre recuperado.

      Cuba, p.ex., restabeleceu relações comerciais com o Brasil desde o governo Sarney. De lá pra cá, a ilha tem importado de tudo do Brasil… de novelas da Globo a máquinas-ferramenta. Nunca deu calote, até porque, se desse, Cuba é que levaria a pior. O peso do Brasil é imensamente maior

      Agora, com Bolsonaro, pode ser que haja calote, como consequência da inflexão na política externa brasileira. Se houver, certo como dois e dois que o resultado final será desfavorável a Cuba. De certa forma, já está sendo…

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      Publicado por Elias Granhen Tavares | 5 de abril de 2019, 23:33
      • As compras anteriores não foram avalizadas pelo tesouro nacional. Eram transações comerciais. Nos casos de 2003 a 2005 foram operações triangulares para o financiamento de obras das multinacionais brasileiras contratadas por governos estrangeiros, um velho esquema colonial e capitalista que já nos custou muitíssimo caro. Lembre-se, só na nossa região, dos exemples da Bethlehem (com o Eximbank) no manganês do Amapá ou do Eximbank japonês com a Albrás/Alunorte e um consórcio de 32 empresas japonesas, ou o financiamento da hidrelétrica de Tucuruí, com turbinas francesas e financiamento de consórcio europeu liderado pelo Banco Nacional de Paris, ou a exploração da Capemi.

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        Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 6 de abril de 2019, 10:09

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