Weibo é a versão chinesa do Facebook. A tenista chinesa Shuai Peng, de 35 anos, campeã de duplas em Wimbledon e Roland Garros. quando se tornou a número um do ranking mundial, usou essa rede social para fazer uma denúncia. Ela acusou o ex-vice-ministro da China, Zhang Gaoli, 40 anos mais velho do que ela, de assediá-la sexualmente.
A própria atleta admite não ter provas do abuso durante sua relação afetiva com o político, iniciada em 2011, mas é incisiva na afirmativa, exigindo a apuração. Ao menos por enquanto, porém, isso não acontecerá. Vinte minutos apenas depois da postagem, tudo que ela escreveu foi deletado da sua conta no Weibo. A palavra tênis foi expurgada da plataforma social, assim como os nomes de Peng e Zhang. Desde o dia 11 a tenista está desaparecida. Um movimento se formou na internet para cobrar explicações das autoridades.
O governo chinês controla intensamente o Weibo e intervém no seu funcionamento quando quer, a pretexto de defender o interesse público. Se as redes sociais podem ser perigosas, muito pior é a tutela estatal substituindo as representações institucionais, políticas e corporativas da sociedade para coibir abusos através dos meios legais. Em matéria de liberdade, o governo agirá sempre como macaco em loja de louças. Na China como no Brasil.
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