Gilberto Gil poderia marcar para 27 de dezembro sua posse na Academia Brasileira de Letras, para a qual foi escolhido dias atrás. Nessa data, em1968, como efeito da edição do AI-5, duas semanas antes, ele foi preso em São Paulo, junto com Caetano Veloso, que continua sem ser imortal das letras acadêmicas. Em seguida, ambos foram transferidos para a 1ª Companhia de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro, onde permaneceram até seguirem para o exílio em Londres, com trânsito pela Bahia. Mais de meio século atrás. Muito tempo para lembrar.
Interessante é que Caetano foi preso antes de Gil. Este, ao saber da prisão do amigo, se apresentou voluntariamente, para ser preso também. Gil tinha medo de que Caetano não aguentasse a pressão, e acabasse se suicidando. Parece que essa era a ideia por trás da prisão do baiano.
Ambos foram para a Bahia, sob a proteção de Antônio Carlos Magalhães, então governador. Lá Caetano gravaria o excelente “disco branco” (tem Irene, Cambalache, Argonautas, Acrilírico, etc.). Depois de nova negociação via ACM, os baianos foram para Londres.
No futuro, Caetano e Gil retribuiriam a gentileza a ACM. Jamais fizeram qualquer crítica ao Toninho Malvadeza. Nada mais justo.
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Ou seja, escaparam do pau de arara não por respeito à arte e à cultura brasileira (!!!!), mas por articulações políticas. E retribuíram cavalheiristicamente a gentileza do Malvadeza…
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No Brasil, o compadrio é uma instituição poderosa, chova ou faça sol. Quando tudo estava perdido para algumas pessoas perseguidas, a negociação de bastidores as salvou. O primeiro a se beneficiar dessa prática, vigente na elite e entre pessoas públicas, depois do golpe de 1064, foi o neto do marechal Lott, preso e torturado pelo DOPS no Rio de Janeiro. O velho soldado (absoluto) colocou a pistola na cintura, foi lá, apontou a arma para os meganhas e tirou o neto da cela.
Outra história, esta baseada na solidariedade, salvou a vida do paraense Renato Tapajós, um bravo a enfrentar a tortura e sobreviver, escapando para o exterior, graças à mobilização de um grupo de jornalistas, que o tirou das garras dos torturadores.
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https://noticias.uol.com.br/confere/ultimas-noticias/2021/11/29/covid-aumento-de-casos-e-omicron-nao-demonstram-baixa-eficacia-de-vacinas.htm
Para os negacionistas da vacina que participam deste blog. Informar-se não dói e reduz a ignorância.
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Toninho pedia a bença pra dona Canô.
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Lott daria uma senhora biografia! Será que tem?
Eu bem que gostaria de saber as circunstâncias do assassinato da filha dele, que entrou para a política e fazia oposição à ditadura militar.
Aqui em Belém tem um monte de ótimas biografias esperando pra ser escritas: Rômulo Maiorana, Jarbas Passarinho…
Dias desses, reli o “Lembranças…”, do Aurélio do Carmo (e Linomar Bahia). Vale como material primário, mas não basta. Tem muito mais coisa pra ser dita.
Bem que o Lúcio podia meter os peitos…
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Uma biografia muito boa é justamente O Soldado Absoluto, do Wagner William. Por isso suei a expressão do livro.
No plano nacional também faltam biografias, como de Delfim, do Paulo Bittencourt (mais o pai e a mulher, no Correio da Manhã), do Antônio Torres e vários outros.
Entre nós, Paulo Maranhão, o próprio Barata, Assunção (e a Coligação), Cláudio Sá Leal, Jader, Otávio Meira, Lauro Sodré, Antônio Lemos, Otávio Mendonça, João Maranhão, Haroldo Maranhão, Samuel Mac-Dowell e por aí.
Infelizmente meus peitos não são suficientes para dar conta de tanto projeto. Quando morrer, poderão dizer de mim: foi aquele que ficou devendo.
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Seria um excelente projeto. Estamos precisando. Não sei se estou falando besteira, mas o Estado poderia fomentar essas biografias parentes. Seria muito bom pra apresentar na feira do livro.
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Eu lembro de quando ouvi pela primeira vez ouvi “Copo vazio”, de Gilberto Gil. Uma obra-prima, uma verdadeira joia. Parabéns ao Gilberto!
E parabéns para o Lúcio, pelo título de honoris causa. Esqueci de parabenizá-lo.
Abraços,
Aldrin.
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É verdade, Aldrin. E obrigado.
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