Municípios localizados dos dois lados da fronteira entre o Brasil e a Bolívia, na Amazônia, oficializaram, em 2004, a formação de um consórcio, através do qual se propunham a compartilhar os recursos do rio Acre para que brasileiros e bolivianos fossem igualmente beneficiados. O consórcio permitiria ainda a realização de ações integradas entre os vários municípios, sem obrigá-los a enfrentar a trama burocrática das relações exteriores.
A primeira dessas organizações foi o Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal do Alto Rio Acre e Capixaba (Condiac), integrado pelos municípios brasileiros de Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Capixaba. Criado oficialmente em 2003, ele já possuía sede própria, equipe técnica e recursos para a realização de projetos. Prefeitos dos municípios bolivianos de Bolpebra, Bella Flor, Cobija, Filadélfia e Porvenir resolveram aderir à iniciativa brasileira.
Equipes brasileira e boliviana foram encarregadas de oficializa o consórcio peruano, reunindo os municípios de Iñapari, Ibéria, São Lourenço, Las Piedras e Porto Maldonado. Todos eles tinham em comum a influência do rio Acre e de outras bacias da região, como a do rio Madre de Dios, no Peru, e Pando, na Bolívia.
Em apenas um ano, o consórcio Condiac conseguiu captar 2 milhões de reais para a execução de projetos e convênios que fortaleceriam as ações ambientais, de infraestrutura básica e desenvolvimento sócio econômico da região do rio Acre.
A união trinacional de municípios influenciou acordos de ajuda mútua nas áreas da saúde humana e animal, projeto escolas sem fronteira, cidadão sem fronteira e Universidade da Floresta, além da ponte ligando Brasiléia a Cobija, a segunda construída no local, e o início das obras da ponte que uniria os municípios de Assis Brasil e Iñapari. Todas as medidas visavam preparar a região para que sofresse menor impacto negativo quando fosse concluída a abertura da Carretera Bioceânica, também conhecida como Estrada do Pacífico.
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