Numa ponta da linha, a segunda maior hidrelétrica do Brasil, responsável por 8% da oferta nacional de energia. Na outra ponta, a maior fábrica de alumínio do continente, que, sozinha, em 2002, representava 1,5% de todo o consumo de energia do país.
Mesmo assim, durante quase 20 anos a transmissão de energia da hidrelétrica de Tucuruí para a Albrás foi realizada através de uma linha singela, sujeita sempre aos acidentes naturais e aos problemas humanos na região pela qual ela passa, ao longo de 330 quilômetros, entre o sudeste e o leste do Pará, saindo do curso inferior do rio Tocantins até a região metropolitana de Belém.
Em 1991, ocorreu o mais grave de todos os acidentes nessa linha, que provocou um blecaute com duração de 12 horas, afetando mais de quatro milhões de pessoas no Estado. A fábrica da Albrás, um empreendimento binacional no qual a Companhia Vale do Rio Doce se associou a um consórcio japonês, teve prejuízo de mais de 100 milhões de dólares, só parcialmente coberto pelo seguro. Foi o mais grave acidente já sofrido em todos os tempos por uma indústria do alumínio por causa da falta de energia em todo o mudo.
Só em 2003 essa linha foi duplicada. Seu custo foi o mesmo do prejuízo pelo blecaute: 100 milhões de dólares. A obra foi executada por um consórcio privado, que passou a explorar o serviço.
O consumo do distrito industrial de Barcarena, a 50 quilômetros de Belém, que inclui ainda uma planta de alumina, na época uma das maiores do mundo (hoje é a maior) e fornecedora do principal insumo para a transformação do metal, e duas fábricas de caulim, argila usada principalmente para o revestimento de papéis especiais, representava uma vez e meia a demanda de energia de todo o Estado. Ela requeria um terço de todas as 12 máquinas que estavam operação na usina de Tucuruí (atualmente são 23).
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