Durante muitos anos a marca da romaria do Círio de Nossa Senhora de Nazaré era dada por duas pessoas diametralmente opostas. O comando da procissão era exercido com mão forte, do princípio ao fim, por dom Alberto Gaudêncio Ramos, o arcebispo metropolitano. Sua marca começava com a mensagem que redigia sobre a data, sempre com recados e referências, refletindo sua época. Era publicada na imprensa.
A outra marca era de um protestante, o delegado Orlando Silva, titular da polêmica Delegacia da Ordem Política e Social, o DOPS. Apesar de pertencer a outra religião, o delegado se integrava ao rito com seu apito inconfundível, que delimitava as competências e as áreas do corso. Ir ao seu lado era garantia de que a rotina não faria parte da romaria.
Ambos já se foram, deixando uma lacuna, que era preenchida. Hoje, em aberto.
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