A Navegação Unidas Tapajós conseguiu sair de um prejuízo de 12,3 milhões de reais em 2020 para um lucro de R$ 30,3 milhões no ano passado. Mas seu faturamento no período caiu de R$ 288 milhões para R$ 254 milhões, conforme as demonstrações contábeis, publicadas hoje no Diário oficial.
A empresa transporta grãos, principalmente soja, em caminhões, desde Mato Grosso até seu porto privativo misto em Miritituba, no município de Itaituba, por 1,1 mil quilômetros da BR-163, a Cuiabá-Santarém. Barcaças levam a carga por mais 1,1 mil quilômetros entre o Tapajós e o Amazonas, até o terminal de Vila do Conde, em Barcarena, de onde a produção é embarcada para a exportação.
A empresa é de propriedade do grupo Amaggi Exportação e Importação, da família, liderada pelo ex-governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, e da multinacional americana Bunge, ambos dos maiores exportadores de soja do mundo. A Navegação Tapajós transporta exclusivamente a produção dos seus controladores.
A companhia recebeu empréstimo do Fundo de Marinha Mercante, cujo saldo no ano passado era de R$ 366 milhões, e usufrui de redução de 75% do valor do imposto de renda, válida até 2030, benefício concedido pela Sudam. O investimento nessa rota de exportação rodoviária, fluvial e marítima foi de R$ 700 milhões.
Bem, como se sabe, o Imposto de Renda – Pessoa Jurídica é regressivo: alíquota MAIOR para o lucro MENOR. Especificamente, 15% para lucros até R$ 20 mil, e 10% para lucros acima desse limite.
Com redução de 75% do IRPJ, a partir de agora — quando começa a dar lucro — a Navegação Tapajós passa a pagar imposto da ordem de estonteantes 2,5% sobre seu lucro líquido.
Como é bom ser rico no Brasil…
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