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Justiça, Polícia, tráfico de drogas

Caso da morte de João Rodrigues pode ser reaberto?

As mídias sociais estão tomadas por uma terrível crise dentro da família proprietária do grupo Líder, dono de uma vasta rede de supermercados no Pará. Não vou entrar na seara privada desse conflito, que se formou a partir das acusações feitas por Denise Rodrigues, filha de João Rodrigues. Trato apenas de uma questão de interesse público: a morte de João de Deus Pinto Rodrigues, filho de João Rodrigues, por overdose de drogas, ou por assassinato, que teria sido cometido por Jeferson Michel Miranda, na versão sustentada pelo sócio do grupo Líder.

Em uma das mensagens postadas contra o pai, ela diz:

“O que esperar de alguém como o senhor que manda colocar droga dentro do carro do Jefferson Michel para incriminar ele da morte do João de Deus mesmo depois de ter chorado com a mãe do rapaz pelo sofrimento dela em ter o filho acusado por um crime que não cometeu”.

Como o senhor mesmo me contou no seu quarto dentro dessa casa que derrete sofrimento e escuridão, onde vocês não são felizes. Fazem apenas a capa da família feliz.

Ela anuncia que irá “procurar a família do Jefferson Michel e o mesmo para contar tudo para eles, com provas que já estão colhidas e que lhe incriminam. Aguarde a denúncia no Ministério Público de tudo o que o senhor fez. Dessa vez seu dinheiro não vai limpar sua imagem pelo crime cometido”.

São afirmativas graves. O Ministério Público do Estado precisa chamá-la para depor, no processo que ainda está em andamento na justiça.

Jefferson Michel Miranda Sampaio, 41 anos, 11 dos quais preso em regime fechado de penitenciária, em 2019, pela maioria dos jurados do tribunal do júri de Belém, da acusação de homicídio qualificado, por causar a morte do empresário João de Deus, que tinha 26 anos quando aconteceu o fato, às 5 horas da manhã de 28 de fevereiro de 2015.

João, que era um dos herdeiros do grupo Líder, morreu durante a festa do aniversário de um amigo, por ele patrocinada numa boate, fechada exclusivamente para os seus convidados. A morte foi causada por parada cardiorrespiratória, após ingestão de dose concentrada de droga sintética e álcool.

Michel, acusado de ser traficante de drogas, teria fornecido a droga para João, embora até mesmo os participantes da festa tivessem admitido que ele se engasgou com o próprio vômito, por estar deitado no chão da boate. Se tivesse sido levantado, talvez não tivesse absorvido o vômito. Não foi provado que Michel entregou a João Rodrigues a droga sintética, conhecida como gota. O empresário era usuário de drogas, como boa parte dos seus convidados, de famílias de classe média ou ricas.

Laudo pericial atestou que foram encontradas substâncias, como álcool, cocaína e HGB, no corpo do empresário. Michel foi acusado de fornecer drogas, como ecstasy e LSD, durante as festas e baladas frequentadas pelo grupo de João. A 3ª promotoria de justiça do tribunal do júri chegou à conclusão de que foi uma “overdose de encomenda”. Michel teria, a mando de terceira pessoa, misturado a droga a um suco de laranja, que teria feito o empresário tomar, com o propósito deliberado de o matar.

Em seu depoimento, Michel negou ter colocado a droga na boca de João. Disse que foi convidado, como acontecera em outras ocasiões, por ser amigo do empresário. Nessas festas, cada convidado trazia sua própria droga e bebidas para consumir no local. João costumava fumar skank para se calmar.

Apesar de absolvido, Michel continuou preso. Ele cumpre pena de 15 anos de reclusão em regime inicial fechado por tráfico de drogas. Foi a mais pesada a que o juiz Raimundo Moisés Flexa aplicou, acrescida de 1.500 dias-multa e da decretação de prisão preventiva, como se o caso fosse de tráfico internacional de drogas, em grande volume.

Depois desse júri, o juiz, que foi delegado de polícia antes de ingressar na carreira da magistratura, foi punido pelo Tribunal de Justiça do Estado com a pena máxima do judiciário, a aposentadoria compulsória, acusado de corrupção.

Discussão

2 comentários sobre “Caso da morte de João Rodrigues pode ser reaberto?

  1. QUEM OUSA ENFRENTÁ-LOS…COM CERTEZA SERÁ PERSEGUIDO PESSOALMENTE/PROFISSIONALMENTE!!!.

    SÃO OS “SENHORES DE ENGENHO CONTEMPORÂNEOS”.

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    Publicado por ANTONIO DE PÁDUA FIGUEIREDO | 27 de maio de 2023, 21:10
  2. Esse senhor João Rodrigues, pai de Denise, é um criminoso de estilo da pior máfia italiana, todos aqui no líder sabem disso. Persegue os irmãos e os funcionários. Até quando a justiça será comprada ou, quando não, se fará de cega? Alô Ministério Público?

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    Publicado por Celia Moreira | 28 de maio de 2023, 12:19

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