República em transe

No domingo passado, a ombudsman da Folha de S. Paulo, Paula Cesarino Costa, informou que funcionários do Ministério Público Federal transmitiram informações sigilosas a um grupo de jornalistas sob condição de anonimato. Foi uma inusitada entrevista coletiva em off, que só costuma acontecer entre a fonte e um único jornalista.

“É uma mentira, que beira a irresponsabilidade, afirmar que realizamos, na Procuradoria-Geral da República, coletiva de imprensa para ‘vazar’ nomes da Odebrecht”, reagiu, hoje, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Só posso atribuir tal ideia a mentes ociosas e dadas a devaneios, mas, infelizmente, com meios para distorcer fatos e desvirtuar instrumentos legítimos de comunicação institucional”.

O desmentido deverá exigir que a ombudsman volte ao assunto, no próximo domingo, para reafirmar o que publicou ou se retratar. Mas para o noticiário do dia, Janot quis atingir Gilmar Mendes quando disse que a revelação é uma “disenteria verbal”. Foi o ministro do Supremo Tribunal Federal quem comentou ontem a informação do jornal, durante sessão da 2ª turma do STF, responsável pela Operação Lava Jato. Mendes cobrou explicações a respeito da Procuradoria Geral da República.

Já o procurador reagiu durante reunião de avaliação das eleições de 2016, na Escola Superior do Ministério Público da União, em Brasília. Na plateia havia procuradores e jornalistas.

A república está em transe.