Quando o Fasano inaugurou a era das lanchonetes em Belém, no início da década de 1960, sua referência era a Palmeira, que ficava bem em frente, na rua Manuel Barata (onde hoje está o restaurante Largo da Palmeira). A famosa Palmeira virou um buraco, que durou muitos anos, até se transformar num estacionamento municipal, numa concepção esburacada, e, por fim, em mercado, enquanto o Fasano findou-se.
Seu cardápio oferecia sorvetes, cremes, abacatadas (ou carapinhadas), sanduíches quentes e frios, vitaminadas e até sundaes, uma novidade, com a promessa de que tudo seria produzido e servido com limpeza e rapidez. E ainda havia música ambiente.
Cheguei a conhecer o Fasano e sua “carapinhada”. Seria justo chamá-lo de “primeira lanchonete”? Não seriam os cafés, que serviam, além da bebida, refeições rápidas, como os bistrôs em francês, que, aliás, são chamados nos dicionários também de cafés? E ainda haviam as leiterias.
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Eram casas de pasto, restaurante, leiteria (o máximo d lite que se tomava era de onça), padaria, etc. O Fasano foi o primeiro a se apresentar apenas como lanchonete.
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A lanchonete da velha 4 x 400, com seus sundaes, carapinhadas e outras guloseimas, antecedeu o Fasano, cujo proprietário montou o restaurante Regatão, de boa comida, ali relativamente perto da ponte do galo na av. Senador Lemos.
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Mas não se dizia: “vamos lanchar na lanchonete da 4 e 400, como não se dizia da Palmeira, ou da Confeitaria Dama.
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É, mas na década de 50, antes do Fasano, se dizia e ia merendar (não tinha essa de “lanchar”) ou tomar um caldo de cana no famoso “Jangadeiro”, frequentado pela fina flor dos profissionais liberais; algumas das figuras que, garoto, vi por lá e lembro: Stélio Maroja, Otávio Mendonça, Gurjão Sampaio, Armando Pingarilho, Uaracy Frade Palmeira, Pires Lima (acho que era irmão mais velho do Achilles), Paulo Azevedo, fundador do laboratório do mesmo nome. Todos de terno e gravata, com predomínio do linho S-120 branco. Belém era então uma cidade civilizada comparada ao caos da atualidade. Bons tempos.
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Também frequentei o Jangadeiro, que se dava ao luxo de ter como atração o famoso caldo de cana em ponto nobre da cidade. O último que frequentei levando os filhos comigo no passeio de sábado (estendido ao Café Santos), foi em uma moenda acanhada (mas com bom caldo) na 1º de Março, entre Manoel Barata e 28 de Setembro.
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