//
você está lendo...
Cultura

Na boca do livro – O espião anarquista

Para dirimir as dúvidas dos leitores. Richard Julius Hermann Krebs escreveu suas memórias (sob o título O espião que abalou o Terceiro Reich, dado pelo editor, e com o subtítulo Aventuras vividas de um conspirador alemão), com o pseudônimo de Jan Valtin, quando estava preso na penitenciária americana de San Quentin. O jornal The Sacramento Bee, instalado ali perto, foi quem revelou o nome verdadeiro do espião, consultando a lista de presos da famosa penitenciária. Não há mais dúvida a respeito.

O livro, que se tornou o mais vendido de 1941, foi tema de matérias na imprensa americana e mundial. Até mesmo a Readers Digest e a Collier’s. A segunda e última edição em português (com capa dura) foi lançada em 1967 pela Hemus Livraria Editora, de São Paulo. Com um luxo: a capa é de Jayme Cortez.

Discussão

2 comentários sobre “Na boca do livro – O espião anarquista

  1. Salvo engano, Valtin cumpriu pena em San Quentin, por causa de uma tentativa de assassinato, cometida em 1925 ou 1926, não lembro agora.

    Isso foi bem antes de Valtin escrever seu primeiro livro.

    Ele cumpriu pena de 3 anos, foi expulso dos EUA, voltou pra Alemanha e lá se meteu em novas confusões. Acabou dedurando um amigo em juízo, e assim garantiu sua própria liberdade.

    Sua expulsão dos EUA – depois de cumprir pena em San Quentin — ocorreu por volta de 1930.

    Voltou aos EUA em 1938, agora com o nome falso de Jan Valtin. Foi novamente preso, acusado de espionar pra Gestapo, mas acabou servindo na Marinha americana, durante a Guerra do Pacífico. Pelo que se sabe, portou-se com bravura. Seu livro “Crianças de Ontem”, trata desse período.

    O livro “autobiográfico” dele (na verdade, uma farsa literária), foi escrito e publicado em sua segunda volta aos EUA, cerca de 19 anos depois de cumprir pena em San Quentin.

    Em casa, esse sujeito era assunto pra debate. Meu pai o considerava um bom escritor (também pudera: com tradução de Antônio Callado…). Já minha mãe dizia que ele era, apenas, um hábil vigarista.

    Anarquista, Valtin? Sei não… Ele passou a vida toda pendurado na estrutura de algum Estado: soviético, nazista, americano… Praticou deduragem pra tudo que é gosto.

    Parece mais um aventureiro, que serviu bem a quem lhe pagou.

    Mas escrevia bem. Ou, no caso brasileiro, o livro recebeu uma tradução de luxo. Não conheci a capa de Jayme Cortez, de quem sou admirador desde criança, nos quadrinhos. Eu dizia que Jayme Cortez era o Alex Raymond brasileiro. Simplesmente genial!

    Curtir

    Publicado por Elias Granhen | 1 de maio de 2024, 14:47
  2. Não foram “19 anos depois…”. Foram 10 anos depois…

    Curtir

    Publicado por Elias Granhen | 1 de maio de 2024, 19:21

Deixe um comentário