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Cidades

A praça, o bairro, o abandono

Pela quarta vez, a equipe da TV Liberal voltou, hoje, à praça Helena Coutinho, que fica numa área crítica de Belém: na rua Roso Danin com o canal do Tucunduba, na Terra Firme, bairro oficialmente chamado de Montese.

A praça estava decadente quando a Status Construções a “revitalizou”, conforme o jargão. Não por filantropia social ou boa inspiração. Foi como compensação ambiental pela derrubada de 472 árvores para a implantação de um condomínio residencial, o Bougainville, na avenida Augusto Montenegro. O Termo de Compromisso foi assinado pela prefeitura de Belém, através das Secretarias municiais de Meio Ambiente e de Urbanismo com a construtora.

A compensação ambiental permitiu que a Status obtivesse a licença ambiental para executar o seu empreendimento imobiliário, projetado para ocupar uma área de 1,4 milhão de metros quadrados. “O Bougainville integra moradia, escola, trabalho, centro de saúde, shopping, hípica, heliporto, conveniências, lazer, espaço público seguro, além de oferecer área arborizada três vezes maior que o Bosque Rodrigues Alves”, revelou o engenheiro.

A assinatura foi em abril do ano passado. Quase um ano depois a empresa nada fez. Nem a prefeitura lhe impôs o cumprimento do compromisso, imposto pelo do artigo 225 da Constituição Federal. Nem o Ministério Público, que é o fiscal da execução, parece atento à situação, da qual foi avalista.

A cada reportagem da seção calendário, do Jornal Liberal primeira edição, a prefeitura diz que o trabalho foi ou será retomado. E nada acontece. Aliás, acontecem muitas coisas. As crianças deixaram de ter um local de lazer, que virou mato e buraco cheio de água, atraindo mosquitos. Mais do que insetos: ladrões e assaltantes. Para se proteger, os moradores tiraram parte do tapume metálico que devia protegê-los das obras.

Até acreditaram que os serviços logo voltariam. Um morador guardou as placas de metal para devolvê-los à construtora (cujo nome a reportagem não mencionou), quando ela se apresentasse. Mas a Status não apareceu. A prefeitura também não. Muito menos o MP.

Aliás, o pecado é mortal no caso do prefeito Zenaldo Coutinho. Até informação em contrário, a praça pode ser em homenagem à mãe dele, que se chamava também Helena e era Coutinho. Talvez quando da escolha do nome, ela ainda estivesse viva. Falecida, o que sanou a irregularidade, se existente, podia ter a memória mais bem tratada – sem falar nos moradores de um bairro tão maltratado, como a Terra Firme.

Discussão

6 comentários sobre “A praça, o bairro, o abandono

  1. Mais uma eviodência de que o governo municipal não funciona. Não consegue nem obrigar um empresa a cumprir um simples termo de compromisso…

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    Publicado por Jose Silva | 7 de março de 2017, 14:23
  2. Seu Lúcio esse projeto da Status é na Augusto Montenegro, portanto o bairro não pode ser o Terra Firme, confere?

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    Publicado por nallasantos | 8 de março de 2017, 17:31

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