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Cidades, Polícia, Segurança pública, tráfico de drogas, Violência

Morre-se também no Reduto

O Reduto é um bairro tranquilo, no centro de Belém. Aos domingos, especialmente à tarde, se tornava um deserto de gente nas ruas, excepcionalmente silencioso e pacífico. Era, não é mais. A violência, que engole agressivamente toda a capital dos paraenses e a sua região metropolitana, uma das mais violentas concentrações urbanas do planeta, onde não houver guerra, chegou – e prometendo ficar.

Um exemplo chocante. Antes das seis da tarde, um homem, simploriamente vestido, com camisa e bermuda, e descalço, entra correndo na Aristides Lobo, vindo pela Piedade, no quarteirão do Colégio Dom Bosco, das irmãs salesianas. Logo atrás, dois homens numa motocicleta. Quando emparelham, o homem que vai na carona dá três tiros sucessivos. O homem perseguido prossegue e recebe o quarto tiro. Quando le cai, o atirador desce e faz mais dois disparos no corpo caído, na cabeça. Seguro da morte e sem balas no revólver, volta à moto e o motoqueiro dispara. As contas de alguém mais forte foram ajustadas, à maneira dele, com o guardador de carro, talvez também, varejista no tráfico de drogas.

Assim é tout Belém, inclusive a colunável, agora. A morte não escolhe locais nem alvos de suas execuções brutais. O silêncio é ainda maior no belo Reduto de outrora, hoje marcado pelo medo. A paz é que foi embora. Ou melhor: foi assassinada.

Discussão

3 comentários sobre “Morre-se também no Reduto

  1. Não há mais território de paz.
    A cultura da violência é empreendida pelos próprios governantes, camuflando a incompetência de enfrentamento à violência. Vejamos o governador do Rio: um adolescente comemorando o jogo, como se a Ponte Rio-Niterói fosse a quadra do colégio ou a arena da “comunidade”.

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    Publicado por NELIO PALHETA | 21 de agosto de 2019, 20:01
  2. É…
    Mas, quem elegeu esse traste, não tem culpa nenhuma?

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    Publicado por Elias Granhen Tavares | 21 de agosto de 2019, 22:41

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