Ao invés de ler um livro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “tem de perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara”, recomendou Lula, quase ordenando. Ele tem razao; nunca foi visto sequer com um livro na mão. Seu colega metalúrgico Vicentinho (Vicente Paulo da Silva), companheiro nos tempos do sindicato do ABC, em São Paulo, abriu vários livro, os leu, se formou em direito e já cumpriu vários mandatos de deputado federal pelo PT. E nunca mandou lula ler um livro. Seria perda de tempo.
Quem abre um livro para ler está admitindo não saber o que o livro deverá lhe fornecer. Mas Lula sabe de tudo, sem precisar recorrer a um livro. Pelo senso comum, sua fonte de sabedoria acaciana, é incomparavelmente mais fácil.
Lúcio Flávio Pinto 
Isso lembra o Bozo dizendo que os livros “tinham muita coisa escrita”. Como sempre, o que o PT quando o governo vai mal Põe a culpa nos outros. Parece que o Partido dos Trabalhadores adotou aquilo que as empresas evangélicas disfarçadas de igrejas fazem pra manter o fiel em suas bolhas: a confissão positiva, a qual diz que se a pessoa confessar erros, consequências ruins e energia negativa virão, por isso, o dito é obrigado a falar só coisas boas pra trazer energia positiva.
Estamos a presenciar um governo sem dinheiro (vide as greves do serviço público federal), sem popularidade, sem princípios e totalmente sem rumo. A verdade é que o petismo (em especial a sua alta cúpula) não consegue fazer política sem mensalão (agora substituído pelo orçamento secreto), sem caixa 2, sem bravatas e sem achar um culpado para a própria incompetência. O arcabouço do Haddad era pura encenação, assim como a sua fama de intelectual que lê livros. Quanto a Alckmin, esse dispensa comentários. Mas é ridículo Lula exigir que seus ministros façam aquilo que o PT nunca fez ou fingiu fazer: “conversar”. Pois se negou a conversar na Assembleia Constituinte. Se negou a conversar sobre o Plano Real. Se nega a conversar sobre qualquer assunto que seja de interesse do país, e não apenas do interesse privado do partido. Por isso que se diz que a única conversa produtiva foi com os barões ladrões (também chamados de “campeões nacionais”), para organizar as maiores sacanagens com dinheiro público da história.
O lulopetismo, a nível federal, nunca se interessou de verdade em fazer articulação política, pelo contrário, sempre preferiu barganhar apoio para facilitar a “governabilidade”, ao mesmo tempo em que, pra encobrir isso, vende pra sua militância de base a ideia de fazer a revolução que a geração de maio de 1968 não conseguiu fazer no Ocidente. Mas os tempos mudaram, junto com os valores operacionais da “governabilidade”. Sem dinheiro, sem popularidade, sem princípios e totalmente sem rumo, o governo Lula vai pro fundo do poço. E vai ser difícil sair desse buraco.
Pelo menos Lula está sentindo o quão a cadeira de presidente esquenta (como diria o probo e invergável Dirceu). Pra terminar, eis essa trecho de uma música pra crianças que poderia ser cantada ao presidente (entendedores entenderão a referência ao “poste”):
“Motorista, motorista
Olha o poste, olha o poste
Não é de borracha, não é de borracha
Vai bater, já bateu”
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Publicado por igor | 22 de abril de 2024, 20:22égua, não peguei a referência de “sabedoria acaciana”. 🙂
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Publicado por Simone | 22 de abril de 2024, 20:26Eça de Queiroz criou o personagem conselheiro Acácio, no livro Primo Basílio, para representar a convencionalidade e mediocridades dos políticos.
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Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 23 de abril de 2024, 06:40Credo, Lúcio!
O pessoal da PF – Curitiba, dizia que o Lula lia vários livros por mês.
O Haddad já está bem crescidinho, e tem bagagem científica e cultural em extensão e profundidade suficientes para entender o recado do chefe dele. Certamente que esse recado passa longe do sentido que você, aparentemente, acredita ter sido.
O governo tá apanhando no Congresso feito boi ladrão, e os ministros — todos! — têm que fazer política.
A estrutura eleitoral brasileira joga para o agravamento das crises políticas, e para o engessamento do governo, ao fazer coincidir as eleições para a Câmara com a presidencial.
No meio do mandato presidencial, deveria haver eleições para pelo menos 40% da Câmara. Seria a chance do governo botar as cartas na mesa e pedir apoio ao eleitor. Se o eleitorado optasse pela oposição… chapéu!
Do jeito que as coisas estão, a ministrada tem que negociar. Tem que mergulhar no jogo político… e deixar pra ler um bom livro em outro momento.
É tão difícil, assim, entender algo tão simples e claro?
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Publicado por Elias Granhen | 22 de abril de 2024, 20:41https://www1.folha.uol.com.br/amp/poder/2020/01/lula-diz-que-leu-mais-de-40-livros-na-prisao-e-cita-biografias-de-marighella-e-chavez.shtml
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Publicado por Kleber | 23 de abril de 2024, 06:58Da mesma forma como tem adulto que acredita em papai noel, tem gente que acredita que Lula leu não seu quantos livros nos 580 dias em que esteve preso. Nisso, cabe perguntar: ele leu os livros inteiros, da primeira a última página, ou leu apenas trechos isolados dos livros?
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Publicado por igor | 23 de abril de 2024, 10:20E nada mais distante do conselheiro Acácio do que Lula.
Acácio era aquele sujeito que mascarava a mediocridade do seu pensamento com um linguajar formal e empolado.
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Publicado por Elias Granhen | 23 de abril de 2024, 10:58Pode ser que Lula não tenha lido nada, que ele seja um ignorante, que cultos, inteligentes e capazes são seus críticos mais ferozes.
Bem, Lula enfrentou, em debate público, diante de milhões de telespectadores, pessoas muito mais cultas que ele, como José Serra e Geraldo Alckmin.
Eles deveriam ter ganho de goleada, né mesmo?
Por que não ganharam?
Vai ver que foi porque não tiveram o assessoramento dos eminentes, sagazes e ultrapreparados críticos do Lula, que acham que ele é só um populista bronco.
Putz!
Sempre fui crítico em relação ao Lula. Mas uma das burrices que eu detesto cometer é menosprezar a inteligência de alguém de quem discordo. Esse sempre foi o caminho mais curto e rápido pra derrota.
Tenho a impressão de que o Lula adora quando o subestimam.
A vida é assim mesmo. O tolo faz parte do equilíbrio natural das coisas. Sem o tolo, o esperto morreria de fome.
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Publicado por Elias Granhen | 23 de abril de 2024, 13:27Deve ter lido muito Raffles, Arsene Lupin. Aprendeu muuuuito
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Publicado por José Otávio Figueiredo | 23 de abril de 2024, 16:48