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Ecologia, Economia, Estrangeiros, Minério, Multinacionais

Alunorte: transparência reduzida

A Alunorte, instalada no distrito industrial de Barcarena, é a empresa do Pará com a melhor posição no mercado em que atua, o da alumina, etapa de transformação do minério de bauxita em alumínio primário. Quem controla a empresa é uma multinacional norueguesa, a Hydro.

A Noruega é tida como o país que mais se preocupa com a sustentabilidade ecológica (e social) da sua economia. Aceita-se esse entendimento como premissa. Por falta de informações completas, principalmente no relacionamento entre a matriz e sua coligada paraense.

Uns poucos números mostram a grandeza intrínseca da Alunorte, que não se traduz quando ela é situada na economia local, na qual seu peso é menor em função da atividade de exportação, na forma de alumínio metálico.

A empresa tem um capital de 3,8 bilhões de reais, mas sofreu prejuízo de R$ 1,9 bilhão no ano passado, menor do que o de 2022. Mas o acumulado, de R$ 3,5 bilhões, é quase do tamanho do seu capital. A empresa teve que recorrer a empréstimos internacionais para poder realizar seus projetos de ajuste ao meio ambiente.

É impossível aprofundar a análise dessa situação porque o único balanço que a Alunorte tornou público, em anúncio apenas no Diário do Pará, é compacto demais.

A contradição com as declarações da empresa pela transparência é flagrante. Não se pode copiar o conteúdo do balanço, que é uma publicação legal, destinada ao público (e deveria ser do interesse da companhia, para conquistar a aprovação dos leitores, oferecendo-lhe documentação completa das suas atividades durante um ano). Para piorar as coisas, as notas explicativas às demonstrações financeiras foram interrompidos abruptamente no anúncio do Diário, ficando incompletas.

Transparente, portanto, a Alunorte não é.

Discussão

2 comentários sobre “Alunorte: transparência reduzida

  1. Como é que é?

    A Alunorte está falida? Eles conseguiram?

    Essa história tá cheirando mal…

    Tá parecendo sangria. Vasos comunicantes… Alguém se dando bem, com algo que se dá mal… E que precisa se dar mal para que alguém se dê melhor do que bem…

    A CVM como sempre, está dormindo?

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    Publicado por Elias Granhen | 7 de maio de 2024, 14:42
    • Para responder a essa e outras perguntas pertinentes, é preciso de informações exatamente sobre os vasos comunicantes, isto é, entre a matriz e a sua coligada. A impressão que fica é de que o ganho vai aumentar mais na última etapa de agregação de valor (do alumínio “verde”), como resultado dos investimentos em redução do custo de energia, racionalidade, inovação tecnológica, bioeconomia e metal (como aço) verde. Os paraenses sabem pouco ou nada sobre esse conjunto de dados agregados na matriz.

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      Publicado por Lúcio Flávio Pinto | 8 de maio de 2024, 15:28

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