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Cidades, Ecologia, Economia, Política

Marituba: o alvo

O prefeito de Marituba, Mário Filho, saiu da audiência da semana passada com o governador Simão Jatene, em Belém, anunciando que as obras para a  implantação de um parque industrial, com aplicação inicial já reserva de 10 milhões de reais. O parque será construído em área de 136 hectares, localizada próximo à Alça Viária.

O prefeito garantiu que mais de 60 empresas já entregaram cartas de intenção para se instalar no complexo, que será dividido por setores de confecção, logística, movelaria e produtos naturais.

Ganhou logo o apoio incondicional de Jatene:“O projeto está em consonância com o Plano Pará 2030 que, tem como um dos principais mecanismos o incentivo à verticalização das cadeias produtivas. E tudo o que traga desenvolvimento e ajude a dinamizar a economia do Pará merece incentivo”, disse o governador.

Mas devagar com o andor que o santo é de barro. A área do distrito industrial (chamado de parque para se harmonizar com a outra face do projeto, que prevê um parque ambiental, como se as duas peças estivessem harmonicamente encaixadas) está dentro dos sete mil hectares da antiga fazenda (desativada) da Pirelli, a maior propriedade da região.

O governo a assumiu com o propósito de criar um parque ambiental, que ainda não saiu. Foi criada então uma unidade de conservação, o refúgio da vida silvestre da região metropolitana de Belém, administrado pelo Ideflor, o instituto de florestas do Estado, e com um conselho consultivo.

Não parece que eles tenham sido consultados sobre os planos do prefeito de Marituba, endossados pelo governador do Estado. Também não se tem notícia da realização de audiências públicas para discutir a iniciativa. Desconhecem-se ainda as cartas das 60 empresas interessadas em se instalar do distrito. Nem medidas de controle e disciplinamento para evitar que em Marituba a área acabe sendo usada para loteamentos urbanos.

Por isso e por muito mais, é melhor que os meses fiquem em suspenso até que os pais da ideia se expliquem.

Discussão

3 comentários sobre “Marituba: o alvo

  1. O mais interessante é que os anúncios são feitos sem planos de negócios, plano ambiental, plano de investimrntos, etc. Tudo na maior obscuridade e sem qualquer controle social. Nada surpreende mais, pois transparência na gestão pública nunca foi o forte dos gestores públicos no Pará.

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    Publicado por José Silva | 16 de janeiro de 2017, 13:56
  2. Transparência Zero!
    Sem dúvida José Silva, onde a #transparência #cumprimentoUn.Conservação ?!
    A desídia, negligência, interesses entranhados nesses “projetos”, cumprem o cadafalso das tragédias anunciadas dos “negócios imobiliários”/”desenvolvimento”…

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    Publicado por Amélia Oliveira | 16 de janeiro de 2017, 16:07

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