Foi muito bem concebido e executado o programa que o PMDB exibiu ontem. O marqueteiro foi feliz ao estabelecer a correlação da cor vermelha do PT com o condição deficitária do país. E ao explorar a mística do partido na época de transição da ditadura para a democracia. A qualidade do programa é uma lição de marketing político. Mas o que ele poderá render ao PMDB dos nossos dias?
Não só o partido só fez se desnaturar e se desmoralizar nos últimos tempos, assemelhando-se a um covil de bandidos, como se desfazer de lideranças com credibilidade. O programa saiu em defesa do governo Temer, em alguma medida de forma correta, ao enfatizar certa correção de rumos que empreendeu, à custa, inclusive, do que lhe restava de popularidade.
Mas a defesa do próprio Michel Temer seguiu a tática de sempre: ao invés de desfazer as acusações apresentando as contraprovas, todo empenho foi aplicado em desqualificar os acusadores.
Mas ainda que a eficiência mercadológica do programa resulte em algum êxito, a quem ele beneficiará? O PMDB não tem um nome sequer de envergadura para apresentar como candidato à presidência da república com possibilidades reais de vitória (o mesmo acontecendo com o seu outro, o PSDB). Seus quadros continuarão a ser dizimados se a ação judicial contra a corrupção prosseguir.
Com os salvados do incêndio, o PMDB será um deserto de lideranças nacionais. Permanecerá, contudo, como o fiador de quem vencer a principal disputa na eleição do próximo ano. O que significará a reedição das velhas práticas do toma-lá-dá-cá. O Brasil marcando apsso no fisiologismo, no clientelismo e no patrimonialismo.
O futuro mais uma vez de volta ao pasado.
Lucio, será? Só se a sociedade brasileira for muito conservadora para dar ao PMDB algum poder. Depois de tudo o que aconteceu e ainda acontece, este partido deveria ser fechado para sempre.
CurtirCurtir