Uma nota na coluna Repórter Diário de hoje foi tudo que o Diário do Pará se permitiu noticiar sobre a audiência pública para discutir o Sistema Integrado de Transporte Público Metropolitano. O encontro será realizado já depois de amanhã, 23, no auditório do Igeprev, na Alcindo Cacela. Um assunto tão importante como esse será decidido a toque de caixa. Ele permitirá que o Estado assuma o controle sobre os ônibus que circularem (e as empresas que forem suas proprietárias) em todo eixo do BRT até Benevides.
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Lúcio Flávio Pinto 
A audiência pública não se realiza para ouvir o povo, debater com a sociedade, estudiosos e interessados no assunto sobre PROPOSTAS DO QUE FAZER E COMO FAZER APRESENTADAS PELOS GOVERNOS. Ela cumpre um rito burocrático em decorrência de uma exigência legal para a coisa andar sem atropelos judiciais mais adiante.
Ademais, a Rede Integrada de Transporte através do BRT, sistema inventado e implantado no Brasil há meio século (Jaime Lerner, 1974,,Curitiba-Paraná), já foi aperfeiçoada e replicada em dezenas de cidades (Brasil & América Latina) ao longo destes 50 anos, mas acumula problemas e está superada. É um projeto anacrônico.
O que teríamos de estar discutindo seria um sistema integrado urbano-metropolitano de VLT (veiculo leve sobre trilhos) intermodal, ou seja, articulado com uma rede pública de ciclovias/ciclofaixas, barcos e lanchas, adaptada à nossa realidade e aos recursos da planície, logo, movida à energia solar (que é o que não nos falta).
Um sistema sobre RODAS vai continuar poluindo e infernizando a cidade com barulho, poluição do ar e o lixo dos pneus descartáveis, além de alimentar a insaciável “indústria do asfalto” que rouba os recursos públicos que poderiam ser investidos na inovação tecnológica e na qualidade do serviço de mobilidade e transporte públicos urbanos e de integração rural-urbano .
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Publicado por Marly Silva | 22 de março de 2023, 07:00