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Ecologia, Economia

Barcarena: vítima de novo

Menos de duas semanas depois que representantes do poder público no Pará e um grupo de sete empresas se comprometeram a realizar um trabalho inédito no Pará, fazendo a avaliação do conjunto de impactos e da interação, uma delas deu novamente causa a mais um acidente ambiental no distrito industrial de Barcarena, que tem como sede uma cidade de 115 mil habitantes, a 40 quilômetros de Belém.

Na manhã de ontem, mais um vazamento de caulim aconteceu no porto privativo da Imerys Rio Capim, atingindo a praia de Vila do Conde, a mesma que foi local da mais grave ocorrência desse tipo até agora, exatamente um ano atrás: em outubro de 2015 o navio cargueiro Haidar afundou atracado e 400 bois vivos que iria transportar se afogaram, morreram e ficaram se decompondo nas águas do rio Pará e na praia.

A multinacional francesa Imerys disse ter notificado as autoridades sobre o acidente e removido o caulim – que é uma argila, usada na indústria cerâmica e de papel – da praia e dos curso d’água, onde ainda podiam ser vistas as manchas brancas da poluição.

Em maio de 2014, os Ministérios Públicos estadual e federal constataram  dois vazamentos de caulim da fábrica da Imerys. Acidentes ainda mais graves ocorreram com a alumina produzida pela Alunorte, vizinha da planta de caulim.

O novo acidente reforça a necessidade de acelerar as providências para dotar Barcarena de um plano diretor. E as autoridades precisam ser mais rigorosos nas exigências de cuidados ecológicos e sociais feitas às empresas

Discussão

8 comentários sobre “Barcarena: vítima de novo

  1. Aparentemente a empresa não está fazendo um trabalho correto de adequação ambiental e, pior, está transferindo para a socedade local as suas externalidades ambientais. Isso não é justo e é uma vergonha global para a empresa, dado o grande porte do empreendimento.

    Sem pressão externa rigorosa do MP e da sociedade local, muitas empresas não mudarão suas práticas, pois sempre é muito mais barato pagar as pequenas multas aqui e ali do que investir seriamente em sistemas integrados eficientes e modernos de gestão ambiental.

    Para muitas empresas operando no Pará, o compromisso genuino com a sustentabildade somente existe nos relatórios multicoloridos distribuidos para os acionistas.

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    Publicado por Jose Silva | 30 de outubro de 2016, 12:31
  2. A Imerys já provou que sua estrutura atual não tem condições de operar de forma segura em Barcarena. Adequações consistentes precisam ser feitas em suas instalações.
    Acidentes como estes não são noticiados em suas instalações na França e outros países, o que prova que ela sabe e pode fazer o correto.
    A SEMAS e MP deveriam suspender a LO até que medidas efetivas sejam adotadas. A população não podem conviver com essa insegurança e ônus de acidentes como estes.

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    Publicado por Bernard Torres | 30 de outubro de 2016, 21:03
  3. É impressionante mesmo a reincidência da empresa em eventos desta natureza. Falo de memória, mas acredito que talvez seja o oitavo incidente em que ela se envolve nos últimos anos. Simplesmente inaceitável.

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    Publicado por Bruno | 1 de novembro de 2016, 10:19
  4. Dever-se-ia fazer cumprir com o Modelo de proteção ambiental do país de origem (Fr) a mesma exigência em nosso País.

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    Publicado por LUIZ CARLOS FERNANDEZ LINS | 16 de novembro de 2016, 14:00
  5. Nous devrions faire pour se conformer avec le modèle de protection de l’environnement dans le pays d’origine (Fr) la même exigence dans notre pays.

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    Publicado por LUIZ CARLOS FERNANDEZ LINS | 16 de novembro de 2016, 14:05

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